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Aliança do PSB em Recife é entrave para grupo de Cid ir para o partido, diz senador

O PDT, de onde os cidistas estão saindo, quer apoio do PSB em Fortaleza em troca de integrar a aliança em torno de João Campos na capital pernambucana

Escrito por Luana Barros , luana.barros@svm.com.br
Cid Gomes
Legenda: Senador Cid Gomes explicou que o principal entrave para o desembarque dos aliados no PSB está nos acordos desenhados para a disputa municipal em Recife
Foto: Kid Jr.

Recife está no centro do impasse para a definição do futuro partidário do grupo político liderado pelo senador Cid Gomes. De saída do PDT, a preferência dos aliados do ex-governador é pelo PSB. Contudo, o acordo desenhado por este partido em Recife tem travado as tratativas no Ceará.

Na capital pernambucana, o atual prefeito João Campos (PSB) irá tentar a reeleição em 2024 e desenha ampla aliança para concorrer à Prefeitura de Recife. Para integrar o bloco, o PDT tem colocado como condicionante o apoio do PSB à candidatura à reeleição de José Sarto (PDT) em Fortaleza. 

O entrave foi explicado pelo senador Cid Gomes após reunião com aliados na noite desta segunda-feira (18). Segundo o ex-governador, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, pediu o mês de janeiro "para ver se equacionava os problemas". 

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"Eu compreendo perfeitamente o que está acontecendo por parte de uma preocupação de setores do PSB — que é um setor importante, o Pernambuco. Tradicionalmente, a história do PSB está vinculada a Pernambuco", lembra Cid. Ele afirma que João Campos tem ampliado o arco de alianças para 2024, inclusive contando com o apoio do PT, partido do qual foi adversário em 2020. 

"Agora ele reúne todas as condições para ser eleito, se Deus quiser, no primeiro turno. Mas tudo que a gente não quer, numa eleição, é que tenha marola, que tenha problema. E o PDT nacional tem demandado, que em troca do apoio do PDT em Recife, o PSB apoie em Fortaleza", explica.

O senador acrescenta que esse acordo seria "extremamente contraditório" para o grupo que está deixando o PDT, já que a saída está ocorrendo "basicamente por uma visão diferente de uma sessão do partido (PDT) que está concentrada em Fortaleza". "E como é que o partido que a gente vai, vai apoiar em Fortaleza aqueles que nos colocaram para fora do partido?", pontuou.

Ele disse que tenta agora, junto a Siqueira, "encontrar uma saída" para o impasse. O parlamentar acrescentou que o presidente nacional do PSB, com quem se reuniu na última quinta-feira (14), disse que os aliados do senador "são muito bem-vindos" ao PSB e que, a entrada do grupo político no partido pode significar, inclusive, abandonar os diálogos para a construção de uma federação. 

O PSB vinha dialogando exatamente com o PDT a possibilidade dos dois partidos formarem uma federação partidária, o que também seria um problema para o grupo político de Cid. "Ele disse que considera o nosso ingresso fundamental para o partido, inclusive permitindo ao partido assegurar já a superação da cláusula de barreira. E até rever uma necessidade inadiável de uma federação. Ele acha que esse grupo aqui no Ceará pode ter uma repercussão a nível nacional para o partido", relatou o senador.

Uma nova reunião com os aliados do senador deve ocorrer em janeiro, quando houver uma "posição definitiva de sim ou de não" vinda do PSB. O senador disse ainda que, apesar de ter recebido convite de outros partidos, a decisão deve ficar entre o PSB, presidido por Eudoro Santana no Ceará, e o Podemos, sob comando do prefeito de Aracati, Bismarck Maia. 

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