Vícios virtuais, perdas reais

Hoje, mais de 70 milhões de brasileiros estão endividados, segundo o Banco Central

Escrito por
Ciro Queiroz producaodiario@svm.com.br
Empresário
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Vivemos tempos em que a promessa de enriquecimento fácil seduz milhões de brasileiros — e destrói famílias inteiras. As apostas online, travestidas de entretenimento, escancaram uma nova crise silenciosa: vício, endividamento e desinformação. Tenho conversado com muitos colegas e posso testemunhar os impactos desse cenário especialmente nas periferias em diversos municípios do interior do Ceará. E afirmo: a omissão custa caro.

Hoje, mais de 70 milhões de brasileiros estão endividados, segundo o Banco Central. Nesse contexto de vulnerabilidade, a avalanche de anúncios de sites de apostas — impulsionados por celebridades e grandes clubes — ofertam ilusões. O que começa com um clique termina, muitas vezes, em perdas emocionais, financeiras e até de saúde mental. E pior: essa destruição ocorre sem alarde, no silêncio das casas e nas telas dos celulares.

Diante desse panorama, é urgente que os municípios assumam seu papel. São nas unidades básicas de saúde, nas escolas, nos CRAS e nos conselhos tutelares que estão as armas para amenizar os efeitos dessa crise. Não podemos esperar apenas por regulamentações federais. 

É preciso agir de forma local, preventiva e estruturada. Nesse sentido, defendo a criação de programas municipais de prevenção e combate ao vício em apostas online, integrando ações de educação financeira e acolhimento psicossocial. E, mais do que isso, criamos recentemente o Perdedômetro: um canal educativo e de denúncia, um instrumento de conscientização que mostra o quanto se perde— em dinheiro, paz e dignidade — ao cair no ciclo viciante dos jogos.

Não se trata de demonizar quem joga. Trata-se de empoderar quem é alvo. De oferecer informação, apoio e caminhos de superação. O Perdedômetro também valoriza histórias
reais de quem venceu o vício, mostrando que há saída. 

Educar é proteger. Prevenir é cuidar. Que os municípios brasileiros se inspirem nessa missão. Porque a aposta que vale a pena é a feita na vida.

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