(Re)planejar é parte do plano
Olhar para 2026 desde já não é exagero, é responsabilidade. O cenário muda depressa demais para quem decide apenas “quando der”. Iniciar cedo o planejamento do próximo ciclo permite enxergar tendências, ajustar rota com calma, testar hipóteses e preparar o time para uma transição sem atropelos. Abrir o ano seguinte ainda em 2025 ajuda a empresa a conectar expectativas, priorizar investimentos e fortalecer a cultura de execução. Quem antecipa conversa com dados, não com urgências.
Vamos combinar: se seu planejamento estratégico ainda é feito como uma foto bonita na parede ou como um arquivo esquecido numa pasta com nome “versão final_definitiva2”, já passou da hora de repensar. Planejar não é prever tudo. É criar estrutura para mudar com consciência, velocidade e propósito. Replanejar, ajustar, escutar o que está mudando no mercado, no time, no cliente... tudo isso faz parte.
Tem empresa que gasta semanas definindo metas, mas esquece de combinar com quem vai fazer. A estratégia fica ótima no papel, mas não conversa com quem está na operação e muito menos com quem está na ponta. Resultado? Metas vazias que viram peso, não direção.
O planejamento precisa ser coletivo. Não no sentido de fazer reunião para agradar todo mundo, mas de ouvir quem está vendo o negócio acontecer de verdade. Quem escuta a base, enxerga antes. Por isso, inovação e Human Centered Design deixaram de ser palavras da moda e viraram base de qualquer plano que se sustente. Empresas que colocam o ser humano no centro (cliente, colaborador, fornecedor...) planejam com mais empatia, flexibilidade e impacto. Inovação não é sobre inventar sempre algo novo, mas olhar com criatividade para os problemas certos.
Planejar também é dizer não e escolher o que deixar de fazer. Foco é concentração e também renúncia estratégica, porque não dá pra querer tudo ao mesmo tempo. Empresas que crescem com solidez escolhem bem onde colocar energia. Aqui vai um ponto-chave: planejamento bom é o que gera movimento. Não pela pressão da meta, mas pela clareza de rumo e a conexão com as pessoas. Finalizando, deixo uma reflexão: seu planejamento ouve gente ou repete padrões? Ele resolve ou só registra?
Bosco Nunes é diretor de Planejamento e Gestão da CDL Jovem Fortaleza