Empresas e o risco da reforma tributária
Faltam menos de dois meses para o início da primeira fase da reforma tributária e a maioria das empresas brasileiras ainda não começou a se organizar. Cerca de 70% das companhias de médio e grande porte ainda não se prepararam para adaptar seus sistemas processos internos às novas regras de cálculo e declaração de tributos sobre consumo. O dado é sintomático: revela não apenas falta de tempo, mas, sobretudo, falta de prioridade.
Enquanto isso, o calendário segue inalterado. A partir de janeiro de 2026 entram em vigor os primeiros mecanismos práticos da nova estrutura tributária, que substituirá gradualmente ICMS, ISS, IPI, PIS e Cofins pelos novos tributos: CBS, IBS e IS. A mudança promete simplificação e transparência, o imposto deixará de ser “por dentro” do preço e passará a ser destacado de forma clara ao consumidor. Mas, na prática, essa transformação exigirá uma mudança tecnológica profunda nas empresas.
É nesse ponto que reside o verdadeiro risco. Ainda que muitas companhias tenham consciência das novas obrigações, poucas compreendem a dimensão técnica da adaptação necessária. Em um cenário em que as notas fiscais passarão a conter dezenas de novos campos e exigências, e em que o controle tributário será integralmente digital, quem não estiver tecnologicamente preparado corre o risco de parar. A incapacidade de emitir, receber ou validar notas fiscais dentro do novo formato significa, em termos práticos, não conseguir faturar.
A demora na reação empresarial mostra o quanto o país ainda confunde transformação digital com atualização de software. A questão aqui é de governança e continuidade de negócios. Neste momento, o discurso de “esperar para ver” deixou de ser viável. A urgência é real, e o custo da inércia será alto. As empresas que ainda não iniciaram sua adaptação precisam agir agora. Na HMIT Tecnologia, temos acompanhado de perto esse movimento e desenvolvido soluções voltadas à automação e compliance fiscal, com o objetivo de reduzir riscos e aumentar a eficiência na gestão de notas fiscais eletrônicas. Porque, em tempos de transformação estrutural, a diferença entre estar pronto e estar atrasado pode significar continuar operando, ou parar.
Haroldo Menezes é empresário