Desejos de Natal
Novamente, é Natal! Como sempre, as pessoas circulam, agitadas, pelas ruas desta e de tantas outras cidades. Estressadas pela correria típica deste período do ano, muitas delas priorizam a compra de presentes para os familiares, insufladas pela publicidade comercial. É tempo em que, infelizmente, a massificação da figura do Papai Noel prepondera sobre o verdadeiro significado da data: o de reverenciarmos e relembrarmos o nascimento do Menino Jesus.
São colocados, como desejos de consumo, a compra deste ou daquele objeto, ou ainda a preparação da ceia natalina, adquirindo os produtos necessários para aquele evento familiar especial. De minha parte, embora reconheça que este é o comportamento generalizado e usual, tenho desejos diferentes para esta época do ano. Fico a lembrar daqueles que, nestes tempos, são vítimas das desigualdades, do abandono, da violência doméstica, da falta de carinho e de amor. Na realidade, embora muitas campanhas sejam organizadas nesta época, tendo como destinatárias as pessoas mais carentes, sinto que o sentido mais profundo do Natal – o da solidariedade, do amor ao próximo, do “estar mais próximo” daquele(a) que sofre as tristezas da vida! - passa bem longe de muitas delas.
E, assim pensando e refletindo mais profundamente, apresento a você, leitor(a), alguns de meus desejos de Natal, com os quais muitos, ao lê-los, concordarão. Primeiramente, o de que as famílias não sofressem os efeitos da violência praticada por homens contra suas mulheres, deixando os filhos sem a presença de suas mães. Ou que velhinhos(as) não passassem o Natal esquecidos por seus familiares, em casas ou asilos, sem receberem sequer uma rápida visita ou a mínima atenção!
Ou, ainda, que muitos indivíduos, vítimas da depressão ou outros transtornos psicológicos, recebessem pelo menos uma palavra de apoio, o carinho e o amor de que tanto precisam, da parte de suas famílias ou, pelo menos, de um amigo próximo. Nesta época, quando aparentemente o aspecto comercial é muito mais explorado do que o sentido espiritual, que deveria ser o mais lembrado, é urgente uma mudança de foco. Pensemos nessa questão! Que Jesus Cristo, neste tempo do Advento católico, possa renascer e ser O significado maior do Natal: o do amor, do entendimento, da compreensão e da solidariedade humana. Que esses valores possam se fortalecer profundamente em nossos corações!
Gilson Barbosa é jornalista