Tribunal do Trabalho encontra R$ 33,8 milhões esquecidos em contas judiciais

Pessoas físicas e jurídicas às quais esses recursos pertencem foram identificadas, notificadas e R$ 26,4 milhões foram pagos

Escrito por Isabela Bolzani/Folhapress ,
Foto: Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O TRT-15 (Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região de Campinas) encontrou R$ 33,8 milhões esquecidos por trabalhadores e empresas em contas judiciais em abril. Em 2019 já haviam sido identificados outros R$ 2 bilhões que estavam esquecidos em contas judiciais no Banco do Brasil e na Caixa Econômica Federal.

Segundo o TRT-15, as pessoas físicas e jurídicas às quais esses recursos pertencem foram identificadas e notificadas - R$ 26,4 milhões foram pagos. Entre os beneficiários estão trabalhadores, empresas, advogados e peritos.

"Inesperado para as partes, esse dinheiro tem tido uma importância ainda mais relevante neste momento de crise de saúde e econômica", afirma a presidente do TRT-15, desembargadora Gisela Moraes. 

O montante foi encontrado pela equipe do Núcleo de Pesquisa Patrimonial da Secretaria da Corregedoria Regional do Tribunal e pelas Varas do Trabalho, por meio do chamado Projeto Garimpo - ferramenta que localiza valores referentes a depósitos recursais, honorários periciais e alvarás que não foram sacados pelas partes envolvidas em processos judiciais, muitos deles arquivados.

O Projeto Garimpo -que foi desenvolvido pelo TRT-21, do Rio Grande do Norte, e disponibilizado pelo CSJT (Conselho Superior da Justiça do Trabalho) aos demais órgãos da Justiça do Trabalho- faz uma varredura em processos e cruza os dados com informações da Caixa e do BB. Ao encontrar uma conta judicial com crédito, o sistema registra o número do processo.

Esses processos já tiveram decisão definitiva da Justiça do Trabalho, mas continuam em aberto por falta de comparecimento das partes envolvidas às varas ou tribunais para realizar o saque desses recursos.

Ainda segundo o tribunal, como muitas das partes não tinham contas bancárias, o juízo da Vara do Trabalho determinou que poupanças fossem abertas no BB e na Caixa, sem custo aos beneficiários, para permitir o saque desses recursos - fica a critério do beneficiário manter ou não a conta aberta após o saque.

Do total, outros R$ 5,5 milhões -originados de multas e outras verbas indenizatórias e que têm, portanto, a destinação determinada por um juiz- foram repassados às instituições de saúde que estão na linha de frente para o combate ao novo coronavírus.

Também foram destinados R$ 1,9 milhão a outras contribuições sociais e ao pagamento de Imposto de Renda devido pelas partes envolvidas nos processos.
 

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