Instalação de cabo da Angola Cables atinge 75%

Previsão é que o South Atlantic Cable System esteja em plena operação em Fortaleza no 1º semestre de 2018

Escrito por Redação ,
Legenda: Angola Cables informou ainda que contratou a empresa francesa Orange Marine para a instalação do cabo em águas profundas, a 5 mil km de profundidade

O South Atlantic Cable System (SACS), primeiro cabo de fibra óptica que ligará os continentes africano e sul-americano, já possui 75% dos trabalhos concluídos e deve ter a conexão feita e estar em plena operação em Fortaleza no primeiro semestre de 2018, segundo informou ontem (14), a Angola Cables. A empresa de telecomunicações é a responsável pelo aporte de US$ 160 milhões que viabiliza o fluxo mais rápido de informações entre os dois extremos.

A promessa é que a latência- tempo necessário para que dados ir de um ponto designado para outro - tenha uma melhora significativa para os clientes do varejo intercontinental de telecomunicações, o equivalente a cinco vezes menor do que é atualmente, segundo estima a empresa de telecom, "assim como melhor acesso com a América, um dos maiores produtores e agregadores de serviços e conteúdos digitais do globo".

"Quando o SACS estiver totalmente pronto, em conjunto com a sua infraestrutura complementar proporcionada pelos outros cabos - WACS e Monet -, haverá uma mudança de paradigma no transporte global de dados de telecomunicações", explica António Nunes, CEO da Angola Cables, em nota.

Ele refere-se aos outros dois cabos submarinos de fibra ótica da empresa africana, dos quais um deles também é conectado em Fortaleza - ponto de maior conexão de cabos do tipo em toda a América do Sul. O Wacs possui investimento de US$ 90 milhões, enquanto que o Monet tem US$ 110 milhões.

Parcerias e obras

O anúncio de um novo percentual de conclusão do cabo veio acompanhado ainda da divulgação de parcerias nas obras em águas profundas. Segundo informou a Angola Cables juntamente com a NEC Corporation, "empresa japonesa de integração de sistemas de cabos de fibra óptica de alta qualidade e responsável pela construção do SACs, a Orange Marine, "renomada empresa francesa de transporte de cabo", foi contratada para colocar os cabos em águas profundas.

De acordo com o cronograma da empresa, são previstos 90 dias para que a fase de instalação em águas profundas sejam totalmente concluídas. Isso implica em um total de 6.200 quilômetros de cabo óptico submarino a mais de 5 mil metros de profundidade no Oceano Atlântico, entre Fortaleza e Angola.

"O SACS representa uma oportunidade para Angola se tornar um dos hubs de telecomunicação na África subsaariana. Investimentos em sistemas de cabos submarinos e data centers estão criando pontes digitais e aproximando continentes, mas também melhorando o acesso aos principais circuitos internacionais de telecomunicações", completa Nunes, afirmando ainda que espera proporcionar "vários benefícios econômicos para Angola, assim como para outras regiões em que tivermos a existência de redes nossas".

Mais investimentos

Em Fortaleza, como a Angola Cables já mencionou em maio deste ano, está planejada a construção de um data center, o qual também deve iniciar a operação no próximo ano. O foco é operar os dados do Monet, cabo projetado pela empresa africana juntamente com o Google, Antel e Algar Telecom, que conecta Fortaleza a Santos, em São Paulo, e Miami, nos Estados Unidos.

Para tal, foram investidos US$ 30 milhões pela telecom africana. O montante engloba a construção de duas estações para abrigar os cabos submarinos de fibra óptica, o data center e a compra de equipamentos necessários para o funcionamento. A estimativa inicial é de gerar até 40 empregos diretos e 800 indiretos até 2030 na Capital cearense, segundo projeções da própria empresa.

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