Agronegócio e comércio projetam 2020 com crescimento estável

Nova rota para a Ásia aparece como maior potencial para os produtores rurais no Estado, com foco para o setor de frutas e flores. Para o varejo, os indicadores econômicos dão sinais de um ano mais sólido no futuro

Escrito por Redação , negocios@svm.Com.Br
Legenda: Representantes do agronegócio indicaram a que China e Vietnã podem ser bons mercados para receber o melão produzido no Ceará
Foto: Foto: Natinho Rodrigues

Enquanto o País ainda vive algumas incertezas - reflexo da recessão não superada - o agronegócio cearense vive uma expectativa positiva baseada na abertura de novos mercados. Com a possibilidade de exportar frutas para a Ásia, os produtores locais e o Governo do Estado já vislumbram um cenário bem mais positivo, focado em rotas para o Vietnã e para a China. Além disso, representantes do setor elogiaram a atuação do Governo Federal no sentido de desburocratizar o ambiente econômico, o que pode impulsionar o crescimento econômico.

Luiz Roberto Barcelos, sócio-diretor da Agrícola Famosa - maior exportadora de melão do Brasil -, e presidente da Associação Brasileira de Produtores Exportadores de Frutas (Abrafrutas), afirmou que 2020 poderá ser um ano de bons resultados para o agronegócio cearense. Vários fatores seriam responsáveis pelo otimismo, mas o principal ponto é, de fato, a possibilidade de exportações para a Ásia a partir de 2020.

"Esperamos começar a exportar para Ásia, China e Vietnã. Esperamos também que o câmbio volte ao patamar de 4 reais, e o Governo Federal tem tomado boas medidas ao desburocratizar o mercado. Mas o grande potencial para 2020 é a Ásia. E se começarmos a exportar e aumentarmos o faturamento, poderemos atrair novos investidores para o mercado no Ceará", projetou Barcelos.

Contudo, para poder aproveitar essa movimentação positiva, o presidente da Abrafrutas ponderou que será precisa investir em tecnologia e logística para garantir que as frutas levadas à Ásia cheguem no mesmo patamar de qualidade que em outros destinos mais próximos. "Temos de investir em tecnologia e na questão de logística para a fruta aguentar o todo caminho de 35 dias para a China. Precisamos garantir qualidade", disse.

A perspectiva otimista é confirmada pelo secretário executivo para o agronegócio da Secretário de Desenvolvimento Econômico e Trabalho do Estado (Sedet), Silvio Carlos Ribeiro. Ele afirmou o governo estadual deverá continuar trabalhando no projeto de agregar valor na produção cearense, aumento o nível de renda média da população e gerando mais empregos.

"O agronegócios cearense tem realmente uma perspectiva muito boa. O que a gente procura, é agregar valor nos produtos para gerar emprego e renda no Interior. Na Ibiapaba, uma área de 15 mil hectares tem o dobro de valor do Jaguaribe porque tem um valor agregado maior e aumentando isso nós também melhoramos a média salarial e podemos ganhar destaque internacional", disse Silvio.

Comércio

Outro setor que já está projetando uma cenário positivo para 2020 é o comércio. De acordo com o presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado (FCDL), Freitas Cordeiro, a economia local, assim como a nacional, está dando sinais de uma recuperação consistente ainda que lenta.

"Não resta dúvida que essas duas últimas semanas elas têm nos surpreendidos positivamente. Foi surpreendente, o que demonstra que a economia está em uma fase de recuperação. Ainda é em uma rampa lenta, mas crescente. Todos os indicadores econômicos, que estão aí, sinalizam nesse sentido", disse Cordeiro. "Nós temos os juros menores da história, nós temos um desemprego caindo, nós temos uma inflação dominada. Os fatores de crescimento estão lançados", completou.

Otimismo marca a indústria 

A Indústria entrará 2020 com cenário preenchido pela confiança gerada pelos indicadores econômicos. De acordo com o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), as perspectivas para o próximo ano são as “melhores dos últimos anos”. A expectativa positiva do setor, que também está baseada na atuação do Governo do Estado, deverá impulsionar os planos da Fiec de ter mais alcance no Interior do Ceará, levando mais estruturas de educação e qualificação de mão de obra. 

“Retomamos a nossa capacidade de sonhar. Vivemos um cenário com a taxa de juros com menor patamar da história recente. Acordos comerciais internacionais estão em gestação. E a inflação está sob controle. A retomada da economia, após a pior recessão da história republicana brasileira é consistente e começa a mostrar sinais de recuperação”, disse Ricardo Cavalcante. 

“E se esse panorama para o Brasil é promissor, podemos afirmar, com certeza que no estado do Ceará, nós estamos ainda mais confiantes”, completou.
Contudo, apesar do clima de otimismo, o presidente da Fiec reforçou a importância da classe industrial acompanhar e discutir as reformas tributária e administrativa, para garantir os melhores resultados para a economia no futuro.

“Precisamos trabalhar para que essas reformas tão essenciais possam, de fato, resolver problemas crônicos e ampliar as oportunidades para todos os brasileiros. A indústria representa 21,2% do PIB, mas arrecada 34,2% dos tributos federais. Precisamos acompanhar”. 

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