Veja principais cuidados de prevenção física e mental para crianças e adolescentes contra a Covid-19

Conforme especialistas, momento pede reforço das medidas de prevenção ao coronavírus já adotadas, como uso de máscara, distanciamento social e higiene das mãos; cuidar da alimentação e da saúde mental também são fundamentais

Escrito por Redação ,
Criança sendo cuidada em meio à pandemia do novo coronavírus
Legenda: No caso das crianças que continuam no ensino presencial, o pediatra Dr. Paulo Ronalth alerta para a necessidade de higienizar os materiais escolares ao chegarem da escola
Foto: José Leomar

Em meio à segunda onda da Covid-19 no Ceará, especialistas apontam que cuidados precisam ser redobrados para crianças e adolescentes. O uso de máscara e face shield, respeito ao distanciamento social e a higienização das mãos estão entre as medidas a serem seguidas com mais atenção, segundo a infectologista Mônica Façanha. 

A professora do Departamento de Saúde Comunitária da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC) ainda ressalta que esses cuidados devem ser tomados independente da pessoa ter recebido a vacina ou contraído o vírus, já que “ter a doença não significa estar imunizado e a vacina está tendo uma cobertura para a doença grave, não para leve”, detalha. 

“O que precisa ser feito é reforçar o que tem sido feito. Salientar para crianças e adolescentes esses cuidados. Tem que ficar muito claro que não é só porque está com amigos e conhecidos, tem que reforçar os cuidados”, compartilha. 

Da mesma forma, o pediatra Dr. Paulo Ronalth Peres Melo, explica que “as recomendações são as mesmas, porque o vírus é o mesmo”. Em sua perspectiva, a recomendação ideal seria que todas as crianças tivessem aula online para garantir o distanciamento social entre elas

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Escola e uso de máscaras

Para as que continuam no ensino presencial, o Dr. Paulo aponta a necessidade de reforçar a higienização dos materiais escolares e da própria criança. Caso contrário, “ela passa a ser um fator de transmissão para os pais e avós”, alerta. 

Já em relação ao uso de máscara, explica que o ideal seria que todos pudessem usar. Como crianças pequenas não entendem o porquê do uso, o médico recomenda que seja utilizado o mais breve possível. “A criança acima de 3 anos de idade deve usar, com a mãe explicando o uso. Tem que ter diálogo com a criança e também a partir do exemplo. A mãe e o pai tem que dar o exemplo”, acrescenta.

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Alimentação e atividades físicas

Devido ao retorno das medidas de isolamento rígido, as famílias voltam a ter as saídas restritas somente ao essencial. Nesse cenário, o pediatra também aponta a necessidade de manter os cuidados com a alimentação dos jovens e crianças, focando principalmente em uma alimentação leve para evitar o acúmulo de gordura

“Se ela está confinada em casa, a tendência é ganhar peso. A criança vai estar mais perto do alimento e consequentemente vai estar mais perto de comer. É interessante que haja controle em relação à comida para evitar obesidade”, explica.

Além disso, cabe aos pais a responsabilidade de manter o estímulo das atividades físicas e, também, intelectual. “Para que siga o desenvolvimento apesar de estar em isolamento. Evidente que tem gente que não tem condições”, concluiu o médico.

Cuidados redobrados

Legenda: Para manter a família em segurança, José Marcos segue em isolamento rígido desde o início da pandemia, tendo reforçado os cuidados em meio à segunda onda da doença
Foto: Arquivo pessoal

Desde o começo da pandemia, o porteiro José Marcos Nogueira, 49 anos, segue à risca os cuidados preventivos contra a Covid-19 devido ao seu filho José Marlon, 7 anos, ter diabetes tipo 1, estando no grupo de risco da doença. O isolamento social seguiu sendo respeitado mesmo com a abertura gradual da economia e o retorno híbrido das atividades escolares, ainda no segundo semestre de 2020

As saídas da família se restringem ao essencial, como supermercado, farmácia e, no caso de Marcos, ida ao trabalho. Agora, em meio à segunda onda da doença, Marcos aponta ter reforçado as medidas de prevenção

“Faço tudo o que é possível para evitar. Uso de máscara, distanciamento social. Cheguei até a lavar os portões todos os dias com água sanitária. Tudo pelo nosso filho”, compartilha. 

Por compreender a dificuldade do período para a criança, ele tenta manter a alimentação de Marlon balanceada e realizar brincadeiras dentro de casa para estimular a atividade física. “Faço o que posso, mas ainda bem que ele tem consciência. Ele mesmo tem os cuidados. Se for no portão, pede a máscara, porque vê o exemplo do pai e da mãe em casa”, conclui. 

Atenção à saúde mental 

Segundo a psicóloga clínica especializada em adolescência e professora da Universidade Estadual do Ceará (Uece), Ana Ignez Belém, a atenção dos pais com a saúde mental das crianças e dos adolescentes também precisa ser intensificada durante o período da segunda onda da doença. 

“É um novo contexto. Com a primeira onda, era colocado para as crianças e adolescentes que seria só um ano. Agora é importante dizer que não foi uma mentira nem engano, mas que as coisas fogem ao controle e que estão acontecendo no mundo inteiro”, recomenda a especialista. 

Para ela, é necessário manter o diálogo com o filho, utilizando leveza e compreensão, a fim de entender como os jovens estão vivendo este momento. “Observar se ele está mais isolado, falando menos, se ele está comendo demais ou de menos. Esse olhar mais atencioso para eles tem que ser oferecido”, aponta. Como forma de tentar amenizar o momento, Ana recomenda:

  • Reduzir o tempo de contato do grupo com as notícias sobre a pandemia, principalmente se as crianças foram mais novas; 
  • Estimular a realização das brincadeiras e dinâmicas preferidas pelos filhos, inclusive as que já foram realizadas durante o primeiro período de isolamento rígido, 
  • Deixar evidente que a criança tem essa rede de apoio na família

Caso o filho siga apresentando sinais recorrentes de ansiedade ou de humor depressivo, a psicóloga recomenda a busca de ajuda profissional, seja de redes de saúde mental ou mesmo de um especialista.  No entanto, informa que os pais precisam estar atentos para “não achar que tudo é adoecimento e que precisa ser medicado”, finaliza. 

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