Veja mapa com ranking de mortes e casos da Covid-19 nos 121 bairros de Fortaleza
Disseminação da doença e ocorrência de óbitos varia de acordo com as particularidades dos 121 bairros da Capital, que já confirmou mais de 104 mil casos.
Em quase 11 meses da pandemia da Covid-19, Fortaleza acumula mais de 104,6 mil casos confirmados, de acordo com a plataforma IntegraSUS, da Secretaria Estadual da Saúde (Sesa). Além disso, mais de 4.425 pessoas perderam a vida pela doença até a tarde da última terça (9). No entanto, o cenário de disseminação da doença varia conforme os 121 bairros da Capital.
No infográfico abaixo, produzido pelo Sistema Verdes Mares com informações dos boletins epidemiológicos da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) até o dia 5 de fevereiro, acompanhe o ranking da situação de cada bairro.
Ainda em março, a doença atingiu primeiro a Aldeota e o Meireles, os dois bairros de maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), através de pessoas que viajaram para a Europa, onde tiveram contato com o vírus. A doença então se espalhou pela orla; depois, para outras regionais e, em seguida, para cidades vizinhas.
Linha do tempo da disseminação do coronavírus na cidade
- 15 de março: os primeiros casos de Covid-19 são confirmados em Fortaleza, em pessoas que viajaram para a Europa;
- 20 de março: Secretaria Estadual da Saúde (Sesa) anuncia a “transmissão comunitária” do vírus, ou seja, os primeiros registros de contaminação dentro da própria cidade;
- 26 de março: o idoso José Maria Dutra, de 72 anos, residente de Fortaleza, é a primeira pessoa a falecer pela Covid-19 na Capital e no Ceará;
- Início de abril: a doença se espalha pela orla e chega à Regional I de Fortaleza, de maior densidade populacional e onde há milhares de famílias socialmente vulneráveis;
- 27 de abril: a doença é confirmada em todos os bairros da Capital;
- 12 de junho: todos os bairros de Fortaleza têm pelo menos um óbito pela doença.
- 8 de fevereiro de 2021: Sesa anuncia três primeiros casos confirmados da nova variante do coronavírus.
Os picos da doença ocorreram nos meses de abril e maio, quando houve grande lotação de unidades de saúde. Depois, entre agosto e setembro, a cidade viveu sucessivas reduções de casos e óbitos, permitindo a reabertura de negócios e atividades comportamentais.
Segunda onda causada por jovens
A partir da segunda quinzena de outubro, as confirmações voltaram a crescer, sinalizando uma possível segunda onda, segundo especialistas. Nas últimas 12 semanas, a cada semana, mais de 2 mil novos testes para a doença dão positivo, também de acordo com o IntegraSUS.
Em boletim publicado no dia 8 de janeiro, a SMS pondera que uma segunda onda de casos confirmados cresceu a partir da transmissão do vírus iniciada entre jovens residentes em bairros nobres da Capital, como Aldeota, Meireles e Papicu.
Dispersão do vírus nos bairros
A Regional II, onde ficam esses bairros, é a que apresenta maior confirmação na cidade: foram 20.069 até o dia 5 de fevereiro. Já a V, que engloba Bom Jardim e José Walter; VI, área de Messejana e Lagoa Redonda, e a I, onde fica a Barra do Ceará e o Pirambu, sofreram com mais óbitos: foram 991, 789 e 782, respectivamente.
Outros pontos de alta concentração de óbitos foram identificados nas regionais III (Quintino Cunha, Autran Nunes e Pici) e IV (Vila União e Serrinha). A análise espacial sugere que as mortes se concentraram em bairros da periferia, segundo a Pasta, e começam a margear o município de Caucaia, na Região Metropolitana.
A Secretaria confirma ainda que, atualmente, há dispersão do vírus para outras áreas da cidade. “Provavelmente, a propagação ainda segue um padrão linear devido à maior barreira imunológica entre os habitantes mais afetados pela primeira onda, que não puderam praticar um isolamento social completo”, avalia.