Quatro estabelecimentos são interditados em Fortaleza por funcionarem após 20h

Os locais foram os primeiros a serem enquadrados por desrespeitarem as regras do novo decreto de combate à pandemia de Covid-19

Escrito por Carol Melo ,
Agentes da Agefis fiscalizam cumprimento de regras do decreto de isolamento social em Fortaleza
Legenda: A operação visitou, ao todo, nove estabelecimentos comerciais e constatou que cinco seguiam as medidas do decreto de isolamento social
Foto: divulgação/arquivo

Quatro estabelecimentos comerciais na Capital foram notificados e interditados, nesta quarta-feira (3), pela Agência de Fiscalização de Fortaleza (Agefis) por estarem funcionando após as 20h e ficam impedidos de abrir por sete dias. Os locais são os primeiros a serem fechados após a publicação do novo decreto municipal e estadual de combate à pandemia de Covid-19

As irregularidades foram registradas nos bairros Maraponga, Vila Manoel Sátiro, Mondubim e Henrique Jorge.

A operação visitou, ao todo, nove estabelecimentos comerciais e constatou que cinco funcionavam cumprindo as regras do decreto.  

A Agefis contou com o apoio da Inspetoria de Proteção Ambiental (Ipam), da Guarda Munipcial de Fortaleza e do Batalhão de Polícia de Meio Ambiente (BPMA). 

O órgão destacou que os cidadãos podem acionar os agentes de fiscalização pelo aplicativo Fiscalize Fortaleza, pelo site oficial e através do telefone 156. As denúncias sobre aglomeração também podem ser feitas pelo número 190

Confira o que pode abrir:

  • serviços públicos essenciais;
  • farmácias;
  • supermercados/congêneres;
  • postos de combustíveis;
  • hospitais e demais unidades de saúde e de serviços odontológicos e veterinários de emergência;
  • laboratórios de análises clínicas;
  • segurança privada;
  • imprensa, meios de comunicação e telecomunicação em geral;
  • funerárias.

Os demais serviços e estabelecimentos devem permanecer fechados das 20h às 6h. Isso inclui quaisquer atividades do comércio, da indústria e de serviços não essenciais.

Nos fins de semana, o setor de alimentação fora do lar - que inclui restaurantes e barracas de praia - só poderá funcionar com atendimento presencial até as 15h. 

Em qualquer horário e período de suspensão das atividades, os estabelecimentos podem funcionar "desde que exclusivamente por serviço de entrega, inclusive por aplicativo".

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O motivo da medida, de acordo com o governador Camilo Santana, é o aumento de casos confirmados da Covid-19 e a suspeita de que a nova mutação do vírus tenha chegado ao Estado. Em todo o Ceará, entre 17 a 23 de janeiro, foram confirmados 5.126 novos casos e 54 óbitos pela doença - o que representa aumento de 11% e 50%, respectivamente, ao registrado na semana anterior.

Ampliação de leitos 

Com 83,30% dos leitos de terapia intensiva (UTIs) destinados a pacientes com Covid-19 ocupados atualmente e os casos e óbitos pela doença aumentando, o Governo do Ceará decidiu renovar o decreto de calamidade pública por mais seis meses, e ampliar a capacidade de assistência dos hospitais públicos a infectados graves. Serão 100 leitos de UTI a mais só no Hospital Leonardo da Vinci, de acordo com o secretário estadual da Saúde, Carlos Roberto Martins Rodrigues Sobrinho, dr. Cabeto.

Segundo ele, em até dois meses, contando com as estruturas disponíveis hoje, o Estado pretende ter, ao todo, 900 leitos exclusivos para tratar infectados graves - 700 só em Fortaleza. "Temos, também, um número aumentado de internações de crianças", alertou, sem detalhar em números a gravidade desse aumento, mas cogitando ter relação com variantes do vírus. "Pode, sim, estar havendo uma mudança no comportamento do vírus e, talvez, na gravidade".

Teste de Covid para viajantes

Para tentar impedir a entrada da variante do novo coronavírus no Ceará, o governador Camilo Santana solicitará à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) o controle do fluxo e a testagem para Covid-19 dos passageiros que desembarcarem no Aeroporto de Fortaleza. 

Essa não é a primeira vez que o governador pede reforço ao Governo Federal. Em outubro último a solicitação foi negada

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