Como refrescar cachorros e gatos no calor? Veja dicas

Os animais de estimação precisam beber muita água e evitar passeios em horários muito quentes

Escrito por Redação ,
gato diante de travessa de água
Legenda: Uma das principais formas de prevenção é evitar a água parada próxima dos pets
Foto: Freepik

Com temperaturas recordes e uma sensação de calor constante, é tempo de cuidados não só para a saúde dos humanos, mas também para os animais de estimação.

O médico veterinário Pedro Cunha* destaca os sintomas que cães e gatos apresentam em situação de calor extremo. Ele também orienta sobre como prevenir a hipertemia e o que evitar nos dias mais quentes. “Com relação ao ambiente é importante que este seja sombreado e com boa circulação de ar, evitando-se que os animais fiquem em locais abafados e expostos diretamente ao sol”, destaca.

A desidratação é um dos perigos aos quais os tutores devem ficar atentos. “Se o pet apresentar o conjunto de sinais de respiração ofegante, focinho seco, gengiva seca com coloração diferente do habitual, pele sem elasticidade e olhos fundos, é indicado que busque serviço médico veterinário imediatamente”, alerta Pedro Cunha.

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Quais os sintomas de que o cachorro ou gato está com calor?

O aumento de temperaturas pode trazer malefícios aos pets. O calor pode levar a uma condição de desidratação, desconforto e hipertermia. “Diferente das pessoas, os pets não possuem glândulas sudoríparas na pele, eles não transpiram, não suam como nós”, explica o médico veterinário.

 Os sinais observados nos pets, em períodos quentes, variam de acordo com o grau de hipertermia. Em situações mais leves podem ocorrer:

  • Aumento da agitação;
  • Aumento da frequência respiratória: eles ficam ofegantes;
  • Mudança de coloração da mucosa oral e, em cães, ocorre o clássico sinal de boca aberta.

Em situações mais graves:

  • Vômitos;
  • Diarreia;
  • Perda de consciência;
  • Parada cardiorrespiratória.

É mais sutil perceber quando os gatos estão com calor?

A percepção do calor em gatos é mais desafiadora, pois eles não vão apresentar o clássico sinal de boca aberta, observado em cães, diz Pedro Cunha. O indicativo de hipertermia virá com uma mudança nos hábitos do felino. Ele tende a buscar locais mais frescos, aumenta a frequência de lambeduras pelo corpo e pode ficar mais isolado do que o normal.

“Um felino com a boca aberta e respiração ofegante é indicativo de desconforto extremo e deve ser levado a um serviço de emergência o mais rápido possível”, orienta o médico veterinário.

cachorro bebendo água em garrafa plástica
Legenda: Em tempos de calor, a desidratação é um dos perigos para a saúde dos pets aos quais os tutores devem ficar atentos
Foto: Shutterstock

O que fazer para refrescar os cachorros no calor?

Os cães já possuem eficientes mecanismos fisiológicos para regular a temperatura: fazem a troca de calor pela língua, mudam a pelagem e reduzem o metabolismo. Mas os tutores podem adotar medidas que irão colaborar para que eles realizem a termorregulação de forma mais efetiva. Devem:

  • Estimular a hidratação com água à vontade, mantendo o ambiente arejado com boa circulação de ar;
  • Evitar passeios principalmente nos horários mais quentes do dia, pois podem provocar queimaduras nos coxins (as populares “almofadinhas” por baixo das patas);
  • Evitar tosar os cães nesses períodos. “Por mais que pareça estranho, a pelagem dos cães tem como função servir de isolante térmico preservando a temperatura interna ideal, de modo que cães tosados terão temperatura corporal mais elevada”, detalha o veterinário.  

Como refrescar os gatos no calor?

Assim como os cães, garantir um ambiente arejado e com sombras será benéfico para os felinos. “Mas o principal ponto nos felinos é a hidratação, pois os gatos bebem menos água e costumam ficar desidratados”, orienta o veterinário.

O indicado é:

  • Distribuir vasilhas com água em diferentes pontos da casa;
  • Fazer uso de alimentos úmidos, como os sachês

Cuidado com os pelos dos animais e o ambiente

A pelagem e os pelos dos pets possuem um papel importantíssimo no controle da temperatura, ressalta Pedro Cunha. “Ao iniciar um período de onda de calor, o organismo dos animais consegue mudar o comprimento, a densidade e a espessura dos pelos, de modo a criar um isolante térmico que irá garantir a manutenção da temperatura corporal”, salienta. Desse modo, acrescenta o profissional, tosar os animais nesse período irá diminuir a eficiência desse mecanismo.

Com relação ao ambiente é importante que este seja sombreado e com boa circulação de ar, evitando-se que pets fiquem em locais abafados e expostos diretamente ao sol. “Passeios em períodos de onda de calor também são contraindicados, pois além da desidratação pode haver lesões em coxins”, afirma o veterinário.

Quais são os sinais de que os pets estão desidratados?

Se o pet apresentar o conjunto de sinais de respiração ofegante, focinho seco, gengiva seca com coloração diferente do habitual, pele sem elasticidade e olhos fundos, é indicado que busque serviço médico veterinário sob o indicativo de forte desidratação.

O que fazer em casos graves de hipertermia?

Casos graves de hipertermia são caracterizados por temperaturas corporais superiores a 40°C, orienta Pedro Cunha. “Nessas condições, o pet pode apresentar confusão mental, convulsões, aumento agudo da frequência cardíaca e respiratória. Condições como estas colocam em risco a vida do pet, com possibilidade real de parada cardiorrespiratória”, descreve.

Em seguida, o profissional frisa: “O tratamento adequado deve ser realizado pelo médico veterinário, onde, num primeiro momento, deve-se garantir os níveis adequados de oxigênio, com a utilização de máscara de oxigênio. A finalidade é reduzir danos aos órgãos vitais.

Em seguida o foco passa a ser a redução da temperatura corporal pelo resfriamento externo. Essa medida pode ser realizada com ventiladores, ar-condicionado e utilização de toalhas molhadas com água ou álcool”. Ele também acrescenta: “A fluidoterapia endovenosa com soro fisiológico também deve ser realizada para garantir a hidratação”. 

*Pedro Cunha é médico veterinário, graduado pela Universidade Estadual do Ceará, mestre em Ciências Veterinárias. É diretor do laboratório de análises clínicas PARAPETI LAB e atuante nas áreas de Patologia Veterinária e Oncologia Veterinária.

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