Selic tende a cair muito mais, afirma Michel Temer

Escrito por Redação ,

Brasília. O presidente Michel Temer disse ontem (27), que "não é por acaso que Brasil está virando a página da crise", salientando que os juros tendem a cair ainda mais.

"Estamos fazendo um dever de casa, convenhamos atrasado, mas os resultados estão aparecendo", disse. "Vou ser repetitivo: a inflação é a mais baixa dos últimos tempos. Os juros ainda ontem caíram para um dígito, coisa que há quatro, cinco anos não acontecia, e a tendência, evidentemente, é cair muito mais", completou. O presidente se referia à queda da Selic, a 9,25% ao ano, determinada nessa quarta-feira pelo Copom.

Reformas

Temer também disse que trabalhará para concluir novas reformas até o fim do seu mandato. Ele exaltou a aprovação da reforma trabalhista, disse que reforma previdenciária será retomada e que esta trabalhando na reforma tributária e política. "Aprovamos a modernização da legislação trabalhista neste período com uma votação expressiva", afirmou. O presidente destacou que alguns estados estão em grande dificuldade por conta do déficit previdenciário. "Temos que enfrentar essa matéria, assim como temos que enfrentar uma simplificação tributária".

Desinflação

A agência de classificação de risco Moody's avaliou que a política monetária do Brasil continua acomodatícia e em linha com suas expectativas, como foi evidenciado pela decisão do Copom de reduzir a taxa Selic em um ponto porcentual, para 9,25%. O corte foi o sétimo consecutivo desde outubro do ano passado e deixou a Selic no menor nível em quatro anos.

Segundo a Moody's, a Selic deverá continuar caindo até o fim do primeiro semestre de 2018 e encerrar o ciclo de relaxamento monetário em torno de 7,5% a 8%.

Na visão da Moody's, as forças desinflacionárias da economia brasileira continuam fortes e têm prevalecido sobre outros fatores, como pressões de desvalorização cambial, apesar de preocupações de que a política acomodatícia pudesse ser interrompida ou desacelerar significativamente em meio à crise política que afeta o presidente Michel Temer desde maio.

"O rápido declínio da inflação tem resultado no aumento das taxas de juros reais, o que sustenta o processo de desinflação e ancora as expectativas de inflação, mas pesa nos novos investimentos", disse a Moody's. "No entanto, taxas nominais mais baixas irão contribuir para a estabilização da economia e uma eventual recuperação, por mais fraca que seja".

Além disso, a Moody's prevê que a redução da Selic ajudará a reduzir o custo da dívida federal, garantindo algum alívio para "a fraca posição fiscal" do Brasil.

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