Vírus mayaro circula entre humanos em Roraima, confirma estudo

Doença pode ser confundida com outros tipos de arboviroses

Escrito por Redação ,
Pessoa doente
Legenda: Pessoas infectadas pelo vírus podem sentir fadiga, dor no corpo e febre aguda
Foto: Shutterstock

A circulação do vírus mayaro entre humanos foi confirmada em residentes do estado de Roraima, conforme estudo realizado pelo Instituto de Biologia (IB) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). De acordo com a instituição, a descoberta foi realizada pela bióloga Julia Forato, que também é mestranda do Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia Molecular do IB. 

Durante a pesquisa, ela fez o isolamento viral e outras técnicas de virologia para identificar o vírus. Podendo ser confundida com outras arboviroses, a doença causa sintomas como inchaço nas articulações, fadiga, dores no corpo e febre. 

Bióloga Julia Forato com o professor e pesquisador José Luiz Modena
Legenda: Julia Forato realizou a pesquisa de mestrado sob orientação do professor José Luiz Modena
Foto: Divulgação/Unicamp

O vírus, transmitido por um mosquito, causa uma infecção que pode ser confundida com dengue e chikungunya. Em detalhamento publicado pela revista estadunidense Emerging Infectious Diseases, foi apontado que pode ocorrer a transmissão urbana do vírus. Isso porque moradores de cidades que não tiveram contato com regiões de mata também foram diagnosticados com a doença. 

Ao todo, foram coletadas 822 amostras de pacientes de Roraima em estado febril entre 2018 e 2021. 

Veja também

Quais os sintomas?

O vírus mayaro tem sintomas parecidos com a dengue, mas registra:

  • Febres mais intensas;
  • Dores musculares intensas;
  • Dores articulares intensas.

Em casos, graves, os pacientes podem apresentar:

  • Hemorragia;
  • Complicações neurológicas;
  • Morte.

O mosquito silvestre que transmite o mayaro também é conhecido por disseminar a febre amarela. O primeiro registro do mayaro no Brasil ocorreu em 1955, em Belém, no Pará, mas também já foi encontrado no Norte, Sudeste e Centro-Oeste. 

A disseminação do vírus está relacionada com desmatamento e queimadas, assim como com exploração ilegal, que resulta em um desequilíbrio ambiental. 

Assuntos Relacionados