Sogra diz que era chamada de 'naja' pela suspeita de envenenar bolo no RS

A sogra relatou ainda que nora demonstrava ciúmes e copiava seu estilo

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Redação producaodiario@svm.com.br
(Atualizado às 16:19)
Imagem do bolo preparado pela sogra de mulher suspeita do bolo envenenado presta depoimento e diz que era chamada de 'Naja' pela acusada
Legenda: Zeli dos Anjos preparou o bolo com uma farinha doada, que achou de baixa qualidade, sem perceber sinais de envenenamento.
Foto: Divulgação/GP

Zeli dos Anjos, sogra de Deise Moura dos Anjos, acusada de envenenar um bolo que resultou na morte de três pessoas em Torres (RS), revelou, em depoimento à Polícia Civil, um histórico de conflitos com a nora. Zeli afirmou ter descoberto recentemente que era apelidada de “naja” por Deise. As informações sobre o depoimento de Zeli foram apuradas pela CNN Brasil.

“Fiquei sabendo agora, por meio da cunhada Regina, que era chamada assim”, contou Zeli no depoimento. Segundo ela, Deise nunca usou o apelido diretamente, mas se referia a ela dessa forma ao conversar com Regina.  

A sogra relatou ainda que Deise demonstrava ciúmes e copiava seu estilo. “Ela imitava meu jeito de vestir, de se arrumar, comprava sapatos e acessórios iguais”, afirmou.  

O bolo e os ingredientes  

Segundo a CNN, Zeli, que preparou o bolo e foi considerada a primeira suspeita do crime, explicou que decidiu fazer a sobremesa no dia 23 de dezembro, apesar de inicialmente estar relutante. A receita trazia lembranças do falecido marido, Paulo, que, segundo a polícia, também teria sido vítima de envenenamento por meio de leite em pó.  

No depoimento, Zeli contou que saiu para comprar ingredientes no mercado, como açúcar mascavo, margarina, leite condensado, ovos e passas brancas. Já os itens que tinha em casa incluíam frutas cristalizadas, passas pretas e uma farinha guardada embaixo da pia. Ela notou algo estranho na farinha, mas atribuiu isso à baixa qualidade do produto, que era uma doação destinada a vítimas de enchentes no Rio Grande do Sul, e utilizou o ingrediente.  

Zeli também revelou que não experimentou a massa do bolo e que não sentiu nenhum cheiro incomum durante o preparo. O glacê foi feito com açúcar que já tinha em casa.  

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O dia da tragédia 

O bolo foi servido durante a ceia de Natal, realizada no apartamento de Maida, irmã de Zeli, em Torres. Além de Maida, outra irmã, Neuza, morreu na madrugada do dia 24, após consumir o bolo. Tatiana, sobrinha de Zeli, veio a óbito no dia seguinte, já hospitalizada.  

Zeli e Matheus, sobrinho-neto dela, também passaram mal e foram internados, mas receberam alta posteriormente.  

Deise, apontada como a responsável por colocar o veneno na farinha, residia em Nova Santa Rita com o marido, Diego, filho de Zeli, e o filho do casal. A Polícia segue investigando o caso, e a acusação contra Deise aponta que Zeli seria o principal alvo do envenenamento.

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