Pfizer antecipa cronograma e deve entregar 14 mi de doses da vacina contra Covid-19 até junho
Governo Federal decidiu comprar imunizante na última semana, após rejeitar propostas por meses
O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta segunda-feira (8) que a farmacêutica Pfizer vai antecipar o cronograma e entregar 14 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19 até junho.
Segundo o ministro, isso representa um aumento no lote de curto prazo em 50%. "A solução para o Brasil é vacinar para manter imunidade da população e preservar sinais vitais da economia", afirmou Guedes.
Segundo o ministro, a Pfizer informou ao governo brasileiro que vai aumentar a produção diária de 1,5 milhão para 5 milhões de doses.
"O presidente da Pfizer disse que o Brasil é muito importante, são 200 milhões de brasileiros. Ele se comprometeu a olhar para essa expansão potencial e vai olhar com carinho futuros aumentos na produção do Brasil", completou.
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Segundo Guedes, houve "problemas de escala" na negociação com a Pfizer. "Os dois lados demoraram um pouco com as negociações, mas temos que olhar pra frente", completou.
Até o momento, a vacina desenvolvida pela Pfizer é a única que possui registro definitivo aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Os dois imunizantes aplicados no Brasil atualmente, CoronaVac e de Oxford, só receberam autorização para uso emergencial.
Resistência do Governo Federal
A decisão do governo brasileiro pela compra da vacina da Pfizer só veio semana passada, depois de meses rejeitando propostas feitas pela empresa. Os motivos, segundo o Ministério, seriam as condições "draconianas" para negociação e a queixa pela falta de responsabilização do laboratório sobre os efeitos colaterais da vacina.
Em agosto de 2020, governo brasileiro rejeitou a oferta de 70 milhões de doses de vacina. O laboratório disse, em nota divulgada neste domingo (7), que a proposta inicial encaminhada em 15 de agosto previa a entrega de doses já em dezembro de 2020 e que, com base em acordo de confidencialidade firmado em julho de 2020 com o Ministério da Saúde, não poderia comentar detalhes da negociação em curso.
A mudança de estratégia ocorreu na tarde de terça (2), logo após a aprovação de projeto na Câmara que facilita a compra de vacinas por União, estados, municípios e empresas.
O texto do projeto aponta que, enquanto durar a emergência em saúde por conta da Covid-19, os três entes federativos poderão adquirir vacinas e assumir os riscos de efeitos adversos. Entretanto, a Anvisa precisa ter concedido registro ou autorização temporária.