Jovem de 20 anos morre após tentativa de aborto clandestino em motel, diz Polícia
Casal suspeito de ter cometido o crime segue preso desde o último sábado (2)
Uma jovem de 20 anos morreu após uma tentativa de aborto clandestino realizada em um motel, no Interior de Goiás. Um casal chegou a ser preso em flagrante pela Polícia Civil de Goiás (PCGO) suspeito de envolvimento com o crime, porém, os nomes deles não foram divulgados. O caso aconteceu na última sexta-feira (1º).
A vítima, identificada como Gabriela Patrícia de Jesus Silva, foi levada para uma unidade de saúde da região, mas não resistiu. Conforme os policiais, ela estava com crises convulsivas e “sinais compatíveis com a realização de procedimento abortivo clandestino”. Em nota ao g1, o motel lamentou o ocorrido.
"Informamos ainda que logo que tomamos ciência sobre a situação, colaboramos integralmente com as autoridades competentes, fornecendo todas as imagens, registros e informações solicitadas, reafirmando nosso compromisso com a legalidade e a transparência", escreveu o empreendimento.
Além do motel, a Câmara Municipal de Ceres também prestou solidariedade à família da vítima. "Nossos sentimentos aos familiares e amigos neste momento de dor", pontuou o órgão.
Veja também
O que se sabe sobre o crime
Segundo as investigações policiais, a vítima, que também não foi identificada, engravidou de um presidiário, com quem mantinha um relacionamento. Na busca por realizar o aborto, ela entrou em contato com um dos suspeitos, que é cirurgião-dentista, e solicitou que ele conduzisse a operação.
No depoimento às autoridades, o cirurgião disse que confortou a vítima, além de ter reiterado que a apoiaria, caso ela tivesse escolhido manter a gravidez.
Além do investigado, a polícia também prendeu uma técnica em enfermagem, que é namorada dele. Conforme consta no documento de custódia, obtido pelo g1, foi ela quem aplicou a substância abortiva na vítima para interromper a gravidez.
Suspeitos tinham ciência da gravidade do procedimento
De acordo com o juiz, os investigados disseram em depoimento que "tinham ciência que a jovem correria risco de vida para a realização do aborto, bem como que sabiam da ilegalidade do procedimento".
O magistrado também destacou que há indícios de que os suspeitos tentaram descartar os materiais utilizados para o aborto na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Ceres, onde a vítima foi atendida.
No momento, o caso segue sob investigação pela Delegacia de Polícia de Ceres e serão apurados exames toxicológicos, laudos periciais e depoimentos testemunhais para a conclusão do inquérito policial.
O casal segue preso em uma penitenciária da região desde o último sábado (2), após uma audiência de custódia que transferiu a prisão deles de flagrante para preventiva.