Jovem baleada na cabeça por agentes da PRF recebe alta no RJ
Juliana Rangel foi baleada no dia 24 de dezembro do ano passado e ficou com quadro gravíssimo de saúde

A jovem Juliana Rangel, de 26 anos, baleada na cabeça por policiais rodoviários federais, recebeu alta médica na tarde dessa quinta-feira (6). Ela estava internada no Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes (HMAPN), em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Conforme o jornal O Globo, ela deixou a unidade de saúde ao lado da família, de cadeira de rodas e segurando um terço na mão.
Emocionada, Juliana foi aplaudida pela equipe médica que a acompanhou por 44 dias. Ela deu entrada na internação no dia 24 de dezembro do ano passado, com um quadro de saúde considerado gravíssimo pelos médicos e foi gradualmente apresentando melhoras.
A mãe de Juliana, Deise Rangel, considerou a recuperação da filha um “verdadeiro milagre de Deus”.
"Eu tenho certeza que sou um milagre de Deus. Agora o que eu mais quero é estar com a minha família, comer uma coxinha... Hoje mesmo vou comer uma coxinha! Estava com muita vontade".
Apesar de morar em Belford Roxo com a família, Juliana ficará por um tempo em Niterói, na casa da irmã. Durante esse período, ficará em repouso e terá acompanhamento médico.
Recuperação dos movimentos
O diretor-geral do HMAPN, Thiago Rezende, declarou que Juliana conseguiu recuperar a parte motora e a fala. Com um acompanhamento médico e a realização de fisioterapia, ela poderá voltar a andar e ter uma "vida normal".
"Juliana realmente é um milagre. Como o tempo e fisioterapia, ela vai recuperar a parte motora e vai andar. Depois da alta, vamos marcar o ambulatório de forma recorrente pelos próprios meses. Ela já foi liberada para fazer fonoaudiologia, já conseguiu se alimentar sem sonda e sem ajuda".
O resto da equipe médica também acredita na melhora significativa do quadro de Juliana. "[Ter uma vida normal] é o que ela mais quer. Ela trabalha na área da saúde, está se formando. E ela pretende se dedicar a isso. Quem sabe trabalhar um dia aqui no hospital", concluiu Thiago.
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Relembre o caso
Juliana Leite Rangel estava num carro com a família em 24 de dezembro, a caminho da ceia de Natal na casa de parentes em Itaipu, em Niterói, quando a viagem foi interrompida na altura de Duque de Caxias.
O veículo foi alvo de disparos de agentes da PRF. Conforme afirmou à TV Globo Alexandre Rangel, pai da jovem. Ele dirigia o carro quando ouviu a sirene da polícia. Então, ligou a seta para sinalizar parada, mas os agentes já saíram da viatura atirando.
Os policiais envolvidos alegaram que atiraram porque o carro onde Juliana estava teria atirado primeiro. “Eles já desceram do carro perguntando: 'Por que você atirou no meu carro?’. Só que nem arma eu tenho, como é que eu atirei em você?”, disse o pai da jovem. Alexandre teve, ainda, a mão esquerda atingida pelos tiros.
O superintendente da PRF-RJ Vitor Almada informou que a equipe envolvida no caso era composta por três agentes, sendo dois homens e uma mulher. O trio tinha dois fuzis e uma pistola automática. A conduta dos três agentes vem sendo investigada desde o dia 25 de dezembro pelo Ministério Público Federal.