Japão fecha fronteiras para estrangeiros para evitar transmissão da variante Ômicron
A nova mutação foi notificada pela primeira vez pela África do Sul em 24 de novembro
O Japão fechará as portas para visitantes estrangeiros, a partir desta terça-feira (30), para evitar avanço da Ômicron do coronavírus, classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma variante de preocupação. A decisão foi anunciada pelo primeiro-ministro Fumio Kishida.
Com isso, ficam suspensas as recentes medidas de afrouxamento das restrições para estudantes estrangeiros, pessoas de negócios e trainees técnicos.
"São medidas temporárias e excepcionais que estamos tomando por uma questão de segurança, até que haja informações mais claras sobre a variante ômicron. Estou pronto para suportar as críticas daqueles que dizem que o governo está sendo cauteloso demais", disse Kishida.
Pelas novas regras, japoneses que estiverem retornando de alguns países específicos poderão entrar, mas precisarão cumprir quarentena.
O Brasil também impôs restrições passageiros oriundos de seis países da África a partir desta segunda-feira (29).
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Pressão sobre a África
A nova mutação foi notificada pela primeira vez pela África do Sul em 24 de novembro. Desde sexta-feira (26), cada vez mais países suspendem as viagens com a África do Sul, Zimbábue, Namíbia, Lesoto, Essuatini (ou Suazilândia), Moçambique e, em alguns casos, Malawi.
No sábado (27), o governo sul-africano se disse "castigado" por ter detectado a nova variante e lamentou que sua excelência científica por tê-la descoberto acabe penalizando o país.
Por sua vez, o presidente americano Joe Biden destacou que a emergência dessa nova variante mostra que ela "não acabará sem vacinações a nível mundial" e pediu doações de mais vacinas para os países pobres.
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O coronavírus deixa mais de 5,18 milhões de mortos em todo o mundo desde sua aparição na China no final de 2019, embora a OMS estime que os números reais possam ser muito maiores.
Mundo fecha as portas
Os Estados Unidos proibiram a entrada em seu território de viajantes procedentes do sul da África, exceto os que são americanos ou residentes permanentes no país. Canadá, Brasil e vários países árabes, como a Arábia Saudita, também adotaram restrições.
Na Ásia, o Japão vai endurecer suas limitações de entrada, com 10 dias de isolamento para todos que chegarem dessa região. A Tailândia anunciou uma proibição de entrada a partir de dezembro e a Coreia do Sul aplicará restrições de vistos e uma quarentena a partir de domingo para os passageiros procedentes de oito países, entre eles a África do Sul.
A União Europeia recomendou suspender as viagens procedentes da África do Sul e de outros seis países da região. Vários países europeus, como o Reino Unido, França, Itália e Suíça proibiram os voos desses países africanos, medida que será aplicada a partir de domingo na Rússia e de terça-feira na Espanha.
Aumento de casos na Europa
A emergência da Ômicron coincide com um aumento de casos de Covid-19 na Europa, que obrigou as autoridades de diferentes países a reforçarem as medidas sanitárias.
Os temores relacionados à nova variante fizeram que as bolsas e os preços do petróleo despencassem, um mercado que na sexta-feira viveu seu pior dia em 17 meses.
Na sexta-feira, a OMS disse que poderia levar várias semanas para determinar se a nova variante provoca mudanças na transmissibilidade ou gravidade da Covid-19, assim como na eficácia das vacinas.
Vacinas serão testadas
Os laboratórios Pfizer/BioNTech informaram que estão estudando urgentemente a eficácia de sua vacina contra essa nova variante e que teriam dados "em duas semanas no mais tardar".
No sábado, o cientista britânico que liderou as pesquisas sobre a vacina Oxford/AstraZeneca contra o coronavírus, Andrew Pollard, afirmou que é possível criar uma nova contra a variante Ômicron "muito rápido".
O professor considerou que é "altamente improvável" que esta nova variante se propague com força entre a população já vacinada.
Cerca de 54% da população mundial recebeu ao menos uma dose da vacina anticovid, mas nos países de baixa renda essa proporção é de apenas 5,6%, segundo o portal Our World in Data.
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