Caso Henry: advogado de defesa de Jairinho deixa o caso
Braz Sant’Anna alegou que sua saída do processo se deu por questões de foro íntimo
O advogado Braz Sant’Anna, que defende Jairinho no processo que ele responde pela morte do menino Henry Borel Medeiros, deixou o caso. A saída acontece uma semana após Monique Medeiros da Costa e Silva, acusada do mesmo crime, alegar ter sido ameaçada pela também advogada Flávia Fróes, contratada pela família do ex-vereador para uma investigação paralela do caso. As informações são do jornal O Globo.
Ela visitou a mãe de Henry no Instituto Penal Oscar Stevenson, em Benfica, Zona Norte, e a teria obrigado a assumir a culpa pelos crimes e dito que ela seria transferida ou seria “pega” na cadeia.
Braz Sant’Anna alegou ao O Globo que sua saída do caso se deu por questões de foro íntimo e informou que aguardará a constituição de um novo nome pela família de Jairinho para atuar no processo. O advogado estava no caso desde a prisão do casal, em 8 de abril de 2021.
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O advogado chegou a divulgar, na última semana, uma nota de repúdio pela suposta interferência de Flávia Fróes no processo.
“Na condição de advogados regularmente constituídos para a defesa de Jairo Souza Santos Junior nos autos dos processos criminais em trâmite na Justiça do Estado do Rio de Janeiro, diante dos fatos veiculados pela imprensa, manifestamos a nossa indignação acerca da conduta praticada pela advogada Flávia Froes que, para além de antiética, caracteriza, em tese, deplorável prática delituosa”, disse o comunicado.
“Esclarecemos que, em razão de episódio anterior, já havíamos apresentado representação em seu desfavor perante a Ordem dos Advogados do Brasil e, a despeito de todo o ocorrido, continuamos confiantes de que Jairinho não teve qualquer participação nos fatos narrados pela defesa de Monique e certos de que tudo será devidamente apurado e esclarecido”, escreveu.
Falta de segurança
Os advogados Hugo Novais e Thiago Minagé, que defendem Monique, alegaram em petições enviadas a juíza Elizabeth Machado Louro, do II Tribunal do Júri, a falta de segurança no Instituto Penal Santo Expedito, no Complexo Penitenciário de Gericinó.
Por isso, pediram a conversão da prisão preventiva dela em domiciliar. Eles contaram ter flagrado um advogado no parlatório da unidade prisional repassando informações sobre a outra detenta, que seria ligada a Flávia Fróes.
Em outro documento, também enviado a magistrada, Fróes disse que esteve com Monique no Instituto Penal Oscar Stevenson, em Benfica, para entrevistá-la sobre o histórico médico anterior de Henry e contar sobre o que produzira acerca das provas periciais feitas a partir de pareceres elaborados por legistas e peritos contratados.
Fróes nega ameaças
Ela se apresentou como uma advogada com experiência de mais de 25 anos, “sendo reconhecida nacionalmente, e também internacionalmente, por sua expertise em processos de competência do tribunal do júri” e negou ter feito ameaças a professora.
“Os advogados que fizeram as imputações falsas a esta advogada irão responder, na forma da lei, com todas as garantias legais, em juízo criminal pelos crimes que de forma atestada cometeram, calúnia chapada, já tendo sido protocolizada no juízo competente a queixa-crime”, disse a advogada.