Trump diz que Rússia aceitou forças de paz como parte de acordo de cessar-fogo na Ucrânia

A declaração foi dada ao lado do presidente francês Emmanuel Macron, que reuniu-se com republicano nos Estados Unidos

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(Atualizado às 21:45)
Donald Trump e Emmanuel Macron deram entrevista coletiva após reunião nos Estados Unidos nesta segunda-feira (24)
Legenda: Donald Trump e Emmanuel Macron deram entrevista coletiva após reunião nos Estados Unidos nesta segunda-feira (24)
Foto: Ludovic MARIN / POOL / AFP

Donald Trump garantiu que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, aceitará a presença de tropas europeias de manutenção da paz na Ucrânia. A declaração foi dada ao lado do líder francês Emmanuel Macron, que se reuniu com republicano nos Estados Unidos, nesta segunda-feira (24).

"Sim, ele aceitará isso", respondeu o presidente americano, referindo-se a Putin, após a pergunta de um jornalista sobre o envio de tropas de paz. "Eu fiz essa pergunta a ele", continuou o bilionário, no Salão Oval da Casa Branca.

Apesar das diferenças sobre o assunto, Donald Trump e Emmanuel Macron garantiram em Washington que queriam trabalhar juntos para acabar com a guerra na Ucrânia, três anos após o início da invasão russa.

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O francês estimou que os países europeus estavam "prontos para enviar tropas" para verificar se "a paz era bem respeitada". "Quando falamos de tropas, falamos disso no dia seguinte à negociação de uma discussão de paz duradoura", esclareceu o presidente francês.

Ele garantiu, ainda, que "a solidariedade e o apoio americanos" seriam "indispensáveis" no caso de envio "de forças de paz para solo ucraniano". "Queremos paz. Essa paz não pode significar a capitulação da Ucrânia", alertou Macron.

MUDANÇA DE ROTA

A possibilidade da atuação de equipes europeias chegou a ser descartada pelas autoridades do país. "O envio de tropas, forças armadas de países da OTAN, mas sob uma bandeira estrangeira, sob a bandeira da União Europeia ou sob bandeiras nacionais (...) é absolutamente inaceitável para nós", disse o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, após uma reunião entre russos e americanos na Arábia Saudita na semana passada.

No entanto, as negociações em torno do conflito vêm mudando. Desde a conversa telefônica entre Donald Trump e Vladimir Putin em 12 de fevereiro, o republicano reverteu completamente a posição dos Estados Unidos sobre o conflito na Ucrânia, retomando a retórica do Kremlin sobre a responsabilidade das autoridades ucranianas e até mesmo chamando Zelensky de "ditador sem eleições".

Questionado por um repórter se ele usaria o mesmo termo para o presidente russo, Donald Trump respondeu: "Hum, eu não uso essas palavras levianamente". O bilionário republicano também enfatizou que seu governo estava em "clara ruptura" com a diplomacia americana "do passado", que ele descreveu como "estúpida".

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