Trump assina decreto que taxa aço e alumínio em 25%; Brasil é atingido

O presidente detalhou que a tarifa será imposta de forma exclusiva às importações

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Diário do Nordeste/AFP producaodiario@svm.com.br
(Atualizado às 21:49)
presidente dos Estados Unidos, Donald Trump
Legenda: O anúncio das tarifas contra o aço e alumínio já havia sido antecipado por Trump no domingo (9)
Foto: ANDREW CABALLERO-REYNOLDS / AFP

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta segunda-feira (10) um decreto que taxa em 25% todas as importações de aço e alumínio no país. A medida impacta diretamente o Brasil, segundo principal fornecedor de aço para os EUA. Países como México e Canadá também serão afetados pela taxação dos produtos estrangeiros, que visa priorizar a indústria norte-americana.

O anúncio das tarifas contra o aço e alumínio já havia sido antecipado por Trump no domingo (9).

"Hoje simplifico nossas tarifas sobre o aço e o alumínio", disse o presidente no Salão Oval, enquanto firmava as ordens executivas. Trump acrescentou que consideraria a imposição de tarifas adicionais sobre automóveis, produtos farmacêuticos e chips de computador.

"É 25%, sem exceções nem isenções", anunciou Trump.

O magnata detalhou que a taxa será imposta de forma exclusiva às importações. Como alternativa, ele informou que empresas podem abrir filiais para trazer a produção para dentro dos EUA, oferecendo tarifa zero.

"Nossa nação precisa que o aço e o alumínio permaneçam na América, não em terras estrangeiras. Precisamos criar para proteger o futuro ressurgimento da manufatura e produção dos EUA, algo que não se vê há muitas décadas", afirmou.

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"Lei da reciprocidade"

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se manifestou, na última semana, afirmando que o Brasil tem direito de usar a lei da reciprocidade.

"Para nós, o que seria importante seria os EUA baixarem a taxação e nós baixarmos a taxação. Mas, se ele e qualquer país aumentar a taxação do Brasil, nós iremos taxá-los também. Isso é simples e muito democrático”, pontuou Lula.

No primeiro mandato de Trump, foram impostas tarifas sobre o aço e o alumínio. Posteriormente, o país concedeu cotas de isenção para parceiros, incluindo Brasil, Canadá e México.

Dados da Administração de Comércio Internacional do governo dos Estados Unidos informam o Brasil foi o segundo maior fornecedor de aço para o país em 2024, atrás apenas do Canadá.

Um levantamento do Instituto do Aço Brasil, com base em dados oficiais do governo brasileiro, demonstram que os EUA foram o principal destino do aço do país, representando 49% de todo o aço que o Brasil exportou em 2023.

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