'The Lancet' manifesta 'preocupação' com estudo que suspendeu testes com cloroquina

O artigo médico-científico foi publicado na própria revista no último dia 22 de maio e agora passa por uma auditoria independente

Escrito por Redação ,
Legenda: A cloroquina e a hidroxicloroquina são defendidas pelo presidente Jair Bolsonaro como tratamentos para a Covid-19
Foto: AFP

A revista médica The Lancet - uma das mais antigas publicações da área, em circulação desde 1823 - publicou, nesta terça-feira (2), uma "manifestação de preocupação" com o estudo feito com 96 mil pacientes de Covid-19 sobre cloroquina e hidroxicloroquina, publicado na própria revista no dia 22 de maio. As informações são do portal de notícias G1.

O artigo médico-científico afirmava que o uso da hidroxicloroquina - adotada no tratamento da malária - não é eficaz e pode, inclusive, aumentar o risco de morte e de arritmia cardíaca nos pacientes. 

Com isso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) suspendeu os testes com as substâncias em ensaios clínicos internacionais. Após a publicação do estudo, a revista foi questionada publicamente pela metodologia e pelo viés nos resultados da pesquisa.

Na nota, a 'The Lancet' informou que uma auditoria independente dos dados do estudo foi encomendada e que os resultados são esperados para sair "muito em breve".

"Embora uma auditoria independente da proveniência e da validade dos dados tenha sido encomendada pelos autores não afiliados ao Surgisphere e esteja em andamento, com os resultados esperados muito em breve, estamos emitindo uma manifestação de preocupação para alertar os leitores para o fato de que sérias questões científicas foram trazidas à nosso atenção. Atualizaremos este aviso assim que tivermos outras informações.", diz trecho da nota.

Estudo 

O estudo publicado na revista científica pretendia analisar se a cloroquina ou a hidroxicloroquina promoveriam algum benefício no tratamento de Covid-19, acompanhadas ou não de macrolídeos, que são a classe de antibióticos da qual a azitromicina faz parte.

A partir disso, foi analisada a base de dados da empresa "Surgisphere", de Chicago, que compilava informações de 671 hospitais em seis continentes. Um dos donos da empresa é um dos autores da pesquisa. 

Na última sexta-feira (29), entretanto, a "The Lancet" emitiu outra nota, mas corrigindo dados do estudo.

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