Espanha: direita vence eleições, mas não atinge maioria de assentos para governar

O Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE, esquerda) obteve apenas 122

Escrito por Diário do Nordeste/AFP ,
Eleições na Espanha
Legenda: Sánchez ainda tem a possibilidade de renovar seu mandato com o apoio de outros partidos
Foto: Shutterstock

O Partido Popular (PP, direita) conquistou o maior número de assentos nas eleições legislativas deste domingo (23) na Espanha. Com praticamente 100% dos votos apurados, o PP de Alberto Núñez Feijóo elegeu 136 deputados, enquanto o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE, esquerda), do presidente da Espanha Pedro Sánchez, obteve 122 cadeiras no Parlamento. 

O partido de direita conquistou 47 assentos a mais do que há quatro anos. No entanto, o resultado ainda é menor do que estipulado por Alberto Núñez, que almejava 150 assentos.

O partido de extrema direita Vox e o de esquerda radical Sumar, obtiveram respectivamente 33 e 31 cadeiras.

Sánchez ainda tem a possibilidade de renovar seu mandato com o apoio de outros partidos.

Eleições na Espanha

O bloco de direita PP+Vox totaliza 169 deputados, enquanto o bloco de esquerda PSOE-Sumar tem 153, mas este último tem mais chances de obter o apoio dos nacionalistas bascos, catalães e outros partidos minoritários para alcançar os 176 votos necessários para a maioria absoluta no Congresso e conseguir a investidura.

Muitos desses partidos anunciaram que nunca votariam em um governo que incluísse a extrema direita.

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Apesar disso, Feijóo reivindicou a vitória e pediu para formar um governo: "Como candidato do partido mais votado, acredito que meu dever é tentar governar nosso país", disse aos apoiadores reunidos em frente à sede do PP.

Seus seguidores ficaram perplexos com o resultado. "Não posso acreditar, não posso acreditar", disse a madrilena de 70 anos, Concha Peña, para a AFP.

"É uma surpresa", confirmou à AFP Antonio Barroso, analista da consultoria Teneo. "O desafio de Sánchez é encontrar uma maioria, tudo depende de um ou dois assentos", acrescentou.

Sánchez no poder

Pedro Sánchez, de 51 anos, cinco deles no poder, confirma desta forma sua reputação como um homem de sorte e valida sua aposta arriscada de antecipar as eleições gerais após o fracasso nas eleições municipais de maio.

Nada adiantou para Feijóo melhorar em 47 assentos os resultados do PP nas eleições de 2019.

Presumivelmente, a partir de segunda-feira, as negociações entre os diferentes partidos para formar um governo começarão e, em um mês, o Parlamento será constituído.

"Poderemos inclinar a balança", disse o deputado catalão independentista Gabriel Rufián, cujo partido ERC (Esquerda Republicana da Catalunha) obteve 7 assentos, e que antecipou que pediria um referendo de independência em troca de seu apoio a Sánchez.

"Nossos votos serão decisivos mais uma vez", concordou Andoni Ortuzar, do Partido Nacionalista Basco (PNV), que conquistou cinco assentos.

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