George Santos, ex-deputado dos EUA, se declara culpado e pode pegar até 22 anos de prisão

Filho de brasileiros foi expulso do Congresso após ser acusado de corrupção

George Santos, ex-deputado do partido republicano dos Estados Unidos, declarou-se culpado, nesta segunda-feira (19), de fraude eletrônica e roubo de identidade. No total, a pena pelos crimes pode levar de dois a 22 anos de prisão.

"George Anthony Devolder Santos declarou-se culpado de fraude eletrônica e roubo de identidade agravado", afirmaram fontes do tribunal federal distrital de Isling, a leste de Nova York.

Em dezembro do ano passado, George Santos foi expulso do Congresso após ser acusado de corrupção. Ele chegou a se negar a renunciar à sua cadeira quando foi indiciado.

Ao se declarar culpado, Santos evitou o julgamento, que começaria no próximo mês. A juíza instrutora do caso, Joanna Seybert, anunciará a sentença em 7 de fevereiro, mas o promotor Breon Peace adiantou que ele "irá para a prisão por no mínimo dois anos".

George Santos, filho de brasileiros, é acusado de 23 crimes, que podem lhe render até 22 anos de prisão. Além disso, ele terá de restituir 373.749,97 dólares (R$ 2.026.883,46, na cotação atual) e pagar uma multa de 205.002,97 dólares (R$ 1.111.751,60) como parte do acordo de culpabilidade, segundo o tribunal.

Crimes

O ex-deputado foi acusado de mentir ao Comitê Federal Eleitoral, usurpação de identidade, lavagem de dinheiro e desvio de recursos da campanha eleitoral para sua conta pessoal.

Segundo a Promotoria, Santos também utilizou cartões de crédito de seus doadores sem autorização para comprar roupas de grife, realizar pagamentos, pagar a entrada de um automóvel e retirar dinheiro em caixas eletrônicos.

Também teria recebido auxílio durante a pandemia de coronavírus ao qual não tinha direito e prestações de seguro-desemprego mesmo tendo uma atividade remunerada.

Santos mentiu ao Congresso americano sobre sua riqueza pessoal, "inventando milhões de dólares em ativos que nunca existiram e escondendo sua renda real", disse o promotor.

"Hoje, [...] Santos disse a verdade sobre seus planos delitivos. Admitiu ter mentido, roubado e enganado as pessoas. Sua alegação [de culpabilidade] representa justiça para esses eleitores e as instituições governamentais, bem como para as vítimas individuais", acrescentou Peace.

Em sua declaração, Santos admitiu que permitiu que "a ambição anulasse" o seu "juízo".

"Sentir-me culpado é um passo que nunca imaginei dar, mas é necessário, porque é o correto", disse. Não apenas diante dos demais, mas pelo "reconhecimento das mentiras que disse a mim mesmo nos últimos anos".

Após pedir "sinceras desculpas" a sua família, amigos e simpatizantes, e aos eleitores de seu distrito, reconheceu que havia "falhado" com eles.