Marido de Sara Mariano nega ter confessado assassinato da cantora à polícia
Ederlan Mariano está preso desde sábado (28) por envolvimento na morte da esposa
A defesa de Ederlan Mariano, 35, preso pelo no último sábado (28) pelo assassinato da própria esposa, a cantora gospel Sara Mariano, contestou a versão apresentada pela Polícia Civil da Bahia de que o produtor teria confessado a autoria do crime. Agora, segundo O Globo, o marido nega envolvimento na morte da pastora.
"Nos autos, não têm informações que comprovem que Ederlan confessou o crime. Sobre a informação de que ele teria assumido a autoria, apenas Polícia pode esclarecer", disse o advogado Otto Lopes ao periódico.
Ederlan foi preso poucas horas após Sara ser encontrada morta carbonizada em um matagal próximo à rodovia de acesso a Dias D'Ávila, na Região Metropolitana de Salvador. No pedido de prisão preventiva, o delegado responsável pelo caso, Euvaldo Costa dos Santos, pontuou que o suspeito pretendia destruir provas de seu envolvimento no crime.
Veja também
"O investigado deixava claro sua intenção de destruir as possíveis provas que estavam armazenadas no celular da vítima e prejudicar as investigações dos fatos, bem como impedir a aplicação da lei penal", escreveu o delegado no ofício enviado à Justiça.
No entanto, o advogado do preso afirma que ele não intentava destruir provas, mas que conteúdos que apontam supostas traições por parte da pastora teriam sido armazenados para "preservar a imagem da família". "Ederlan armazenou os conteúdos, mas a Polícia realizou um mandado de busca e apreensão e está com a posse dos materiais", disse.
Procurada pelo O Globo, a Polícia Civil apenas reforçou que Ederlan confessou o crime aos investigadores.
Defesa alega traição por parte da vítima
O advogado de Ederlan, Otto Lopes, alegou que Sara tinha amantes e que Ederlan "buscava lutar pelo relacionamento". "A Sara pedia perdão e dizia que queria continuar com a família, mas ele sempre descobria novas traições. Não estou julgando as relações que ela tinha, apenas relatando que era uma atitude que desvia das condutas de pessoas que vivem um mundo cristão", argumentou o defensor.
Veja também
Entenda o caso
Sara Mariano foi encontrada morta à beira de uma rodovia, na Região Metropolitana de Salvador, na tarde da última sexta-feira (27). O corpo foi encontrado poucos dias após a cantora gospel ser dada como desaparecida pelo marido, o produtor Ederlan Mariano.
Na quarta-feira (25), Ederlan foi às redes sociais se mostrar preocupado com o sumiço da pastora que, supostamente, um dia antes, teria ido a um encontro de mulheres promovido por uma igreja em Dias D'Ávila. Contudo, a Polícia descobriu que, naquele dia, não houve nenhum evento religioso do tipo na cidade, especialmente com a presença de Sara, e foi aí que família, amigos e colegas de trabalho da cantora começaram a questionar a versão apresentada pelo marido.
Na própria quarta, fãs e seguidores de Sara questionaram Ederlan sobre o nome da instituição religiosa que teria organizado o encontro de mulheres em Dias D'Ávila, mas o homem se mostrou irritado com as perguntas e chegou a chorar falando que ele e a filha do casal, de 11 anos, estavam em sofrimento, e que o casal não havia tido briga recente. "Tenho uma filha de 11 anos que está triste e chorando comigo. Tem gente ligando só por ligar. Sara foi para um evento ontem, dia 24, em Dias D'Ávila, e não retornou mais. [...] Sei que tem muita gente de coração bom, como tem gente que quer se aproveitar do momento. Eu não tenho o cartaz do evento, não sei o nome da igreja", declarou ele.
As suspeitas de que Ederlan estava envolvido no desaparecimento e na morte da cantora se intensificaram quando a irmã da vítima, Soraya Correia, desconfiada do cunhado, compartilhou um áudio em que Sara dizia ter flagrado uma conversa no celular entre o marido e um traficante de drogas, na qual ele mostrava interesse em adquirir uma arma. Ela também disse que a pastora teria dito para a mãe, Dolores Freitas, que tomaria uma decisão importante no dia em que desapareceu.