Polícia Civil deflagra operação contra grupo pró-Rússia suspeito de atacar site do TCE
Ofensiva da polícia cearense ocorreu nos estados do Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo
Um grupo hacker suspeito de ataques ao site do Tribunal de Contas do Ceará (TCE) e de participação em atos pró-Rússia foi alvo de uma operação da Polícia Civil cearense na manhã desta terça-feira (29).
Veja também
A ofensiva denominada de "Traceable", rastreável na tradução em inglês, apreendeu equipamentos eletrônicos (HDs, notebooks, celulares e pendrives) de seis envolvidos nos estados do Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.
Os envolvidos são investigados por crimes de invasão de sistema informático, perturbação/interrupção de serviço telemático e associação criminosa.
Invasão ao site do TCE
O grupo é suspeito de atacar o endereço eletrônico do TCE em novembro de 2021, quando a Polícia Civil iniciou as investigações. Porém, segundo o delegado Edvando França, diretor do Departamento de Inteligência, a tentativa de invasão foi frustrada por servidores do órgão, que conseguiram evitar danos.
"Tercerizados do TCE conseguiram identificar o ataque e evitar um dano. Eles, de fato, invadiram e tentaram roubar os dados. A ideia deles era vender ou distribuir gratuitamente os dados mostrando o poderio deles como hackers", explica o delegado.
Além do TCE, os hackers invadiram sites de universidades ucranianas e o sistema de segurança de inteligência da polícia da Indonésia. "Eles se vangloriam por isso, se dizem pró-Rússia". Os policiais também identificaram ataques ao site do Ministério Público do Ceará (MPCE), mas a apuração deste caso ainda está sendo feita em paralelo.
Perfil
Dos seis presos, três são adolescentes. Ainda conforme Edvando França, o grupo "provavelmente" não se conhecia pessoalmente, apenas pela internet. Os envolvidos são descritos pelo delegado como "bem qualificados", "muito inteligentes" e com conhecimento técnico sobre ataques hacker.
"Nessa fase da operação a gente decidiu não realizar as prisões agora porque a gente queria mais materialidade daquelas informações, também há muitos menores e é um crime sem violência ou grave ameaça", complementa.