PF cumpre mandados de busca e apreensão no Ceará contra suspeitos de fraudar o INSS
Criminosos adquiriam ou falsificavam documentos como RG, CPF e certidões de nascimento para criar perfis falsos e obter benefícios previdenciários ilícitos
A Polícia Federal cumpre, nesta quinta-feira (11), no Ceará, dez mandados de busca e apreensão contra suspeitos de integrar uma organização criminosa que adquire ou falsifica documentos como RG, CPF e certidões de nascimento para criar perfis falsos e obter benefícios previdenciários ilícitos.
A estimativa da PF é de que o grupo tenha causado um prejuízo de ao menos R$ 6,6 milhões aos cofres públicos. Contudo, a permanência da atuação dos suspeitos poderia acarretar um rombo superior a R$ 1 bilhão.
Os mandados referentes à operação 'Papili' são cumpridos por 110 policiais federais em Pindoretama, Cascavel e Itaiçaba. Não foram divulgados os nomes dos investigados. Em entrevista ao Diário do Nordeste, o chefe da Delegacia de Repressão a Crimes Previdenciários do Ceará, Cláudio Carvalho, adiantou apenas que um dos suspeitos é vereador de uma das cidades envolvidas no caso e seria um dos maiores responsáveis por articular toda a prática criminosa.
Na ação, que ainda está em andamento, pistolas com munições foram apreendidas e ao menos duas prisões foram executadas por posse irregular de arma de fogo de uso permitido.
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Entenda o crime
De acordo com a Polícia Federal, uma troca de informações entre o Núcleo Regional de Inteligência e a Coordenação-Geral de Inteligência Previdenciária e Trabalhista apontou indícios de que a organização criminosa investigada detém até 150 cartões magnéticos de benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que são sacados mensalmente.
Além disso, a investigação apontou uma "atuação intensa" do grupo para obter benefícios fraudulentos do Amparo Social ao Idoso e a prática de outros crimes, como ameaças e homicídios, para acobertar e assegurar a impunidade dos atos.
Estão sendo investigados crimes de organização criminosa, estelionato previdenciário, uso de documento falso e lavagem de dinheiro. As penas são de até 30 anos de prisão, sem prejuízo da descoberta de outros crimes mais graves praticados a partir do material apreendido na operação.
Operação Papili
O nome da operação, segundo a PF, remete ao nome dado pelos investigados aos cartões magnéticos, que são as provas das fraudes. As investigações continuam, com análise do material apreendido e fluxo financeiro dos suspeitos.