Pais e avós de vítimas mortas em Paracuru comparecem a julgamento e pedem Justiça: 'É um alento'

Tribunal do Júri ocorre nesta segunda (30), em Paracuru.

Escrito por Redação ,
Legenda: Familiares e amigos protestam em frente à Câmara Municipal de Paracuru.
Foto: Fabiane de Paula

Cinco anos após as mortes de Adriana Moura Pessoa de Carvalho Moraes e de Jade Pessoa de Carvalho Moraes, em agosto de 2015, o empresário Marcelo Barberena passará pelo crivo do Tribunal do Júri. O julgamento ocorre nesta segunda-feira (30), em Paracuru, a cerca de 90 km de Fortaleza. O pai de Adriana e avô de Jade, Paulo Pessoa de Carvalho, se diz confiante na condenação do acusado.

“A expectativa é de ansiedade, mas no dia de hoje, estou confiante. Temos um bom advogado e o Ministério Público está totalmente empenhado. A decisão não vai trazer nem minha filha nem minha neta de volta, mas pelo menos um alento de que vamos assistir a Justiça funcionar objetivamente”, declara ele, que compareceu ao Fórum acompanhado da esposa, filhos e outros familiares. 

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Paulo conta que estava em Fortaleza quando foi impactado pela notícia, recebida por uma ligação telefônica. Ele lembra que partiu num carro imediatamente rumo a Paracuru. “Eu prefiro que ele (Barberena) esteja aqui pra ouvir o que ele causou a mim e a toda a minha família”, diz.

Legenda: Paulo Pessoa, pai de Adriana e avô de Jade, compareceu ao julgamento.
Foto: Halisson Ferreira

A dona de casa Clara Lúcia Moura, tia de Adriana, lembra que depois da morte da mulher e da filha, as reuniões de família se tornaram menos festivas. No entanto, ela acredita que o drama está perto do fim. “Se Deus quiser, a partir dessa semana, seremos vitoriosos”, assegura. Nesta manhã, familiares e amigos das vítimas protestam em frente à Câmara Municipal de Paracuru, onde ocorre o julgamento, pedindo por Justiça.

Nestor Santiago, advogado criminalista e representante de Marcelo Barberena, reconhece que será um julgamento “difícil, complicado”, mas acredita que a tese de negativa de autoria será vitoriosa. “Nossa intenção é que tudo seja esclarecido. O júri é um instrumento democrático, com pessoas leigas que vão julgar de acordo com a razão e não com a emoção. O Marcelo não só se considera como é inocente”, pondera.

Relembre o caso

Adriana Moura Pessoa de Carvalho Moraes e a bebê Jade Pessoa de Carvalho Moraes foram encontradas mortas em uma casa de veraneio, em Paracuru, no dia 23 de agosto de 2015. Marcelo foi denunciado como autor do duplo assassinato triplamente qualificado, com motivo torpe, recurso que dificultou a defesa da vítima e feminicídio. 

Consta na denúncia ofertada pelo Ministério Público do Ceará (MPCE) que, após discussão do casal Marcelo e Adriana, o acusado efetuou disparos contra a esposa e, em seguida, atirou na filha que estava dormindo. Na casa, duas famílias, a das vítimas e a do irmão do acusado, passavam o fim de semana.

Barberena foi preso horas após o crime. Em um dos primeiros depoimentos prestados, ele confessou os homicídios. Depois mudou sua versão sobre os fatos alegando ter sido forçado por policiais a confessar a ação. Atualmente, o réu sustenta já ter se deparado com a esposa ensanguentada no dia da tragédia.

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