Justiça manda soltar motorista acusado de atropelar quatro pessoas na saída de boate em Fortaleza

O jovem passou a ser monitorado por tornozeleira eletrônica

Escrito por
Emanoela Campelo de Melo emanoela.campelo@svm.com.br
motorista
Legenda: Ângelo estava visivelmente embriagado, conforme policiais que atenderam a ocorrência, e foi detido em flagrante, no dia 28 de julho de 2024.
Foto: Reprodução

A Justiça decidiu revogar a prisão de Ângelo Victor Braga do Nascimento, 18, acusado de atropelar quatro pessoas na saída de uma boate, em Fortaleza. A decisão foi proferida no último dia 24 de janeiro e, no mesmo dia, expedido o alvará de soltura.

O acusado estava preso desde julho de 2024, quando foi flagrado ainda sob estado de embriaguez. Com a liberdade provisória, Ângelo passou a ser monitorado por tornozeleira eletrônica. O processo tramita em segredo de Justiça. 

A reportagem do Diário do Nordeste confirmou junto à defesa do réu que ele foi solto. Por nota, os advogados se manifestaram dizendo ter recebido "com serenidade a decisão da 5ª Vara Criminal de Fortaleza que revogou a prisão preventiva" e ressaltaram confiar na imparcialidade e no compromisso do Poder Judiciário.

"Permanecemos firmes na defesa dos direitos e garantias fundamentais do nosso cliente", disseram os advogados Vicente de Paulo, Joana Rodriguez Cruz Santos, Mario Alex Cruz Santos, André Luiz Ramos Ribeiro Cândido, Caio Coelho Rocha Silva. 

Veja também

DENÚNCIA

O Ministério Público do Ceará (MPCE) não denunciou Ângelo Victor por tentativa de homicídio. Para a acusação, o episódio que resultou no atropelamento de quatro pessoas se tratou de uma lesão corporal, crime com pena aproximada de um ano de detenção, conforme o Código Penal Brasileiro.

Ângelo estava visivelmente embriagado, conforme policiais que atenderam a ocorrência, e foi detido em flagrante, no dia 28 de julho de 2024. 

De acordo com a denúncia da 20ª Promotoria de Justiça Criminal enviada ao Judiciário, o jovem, que sequer tinha carteira de habilitação, também foi denunciado conforme o Código de Trânsito Brasileiro por "conduzir veículo com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência, e se do crime resultar lesão corporal de natureza grave ou gravíssima".

A reportagem teve acesso à peça acusatória, na qual consta que "o denunciado agiu com dolo para o alcance do primeiro crime, no caso, tentativa de lesão corporal de cunho intencional, e com culpa (imprudência) para o alcance dos crimes subsequentes, no caso, de lesão corporal culposa em direção de veículo automotor qualificada pelo consumo de álcool e resultado lesão grave (três vítimas)".

>> Acesse nosso canal no Whatsapp e fique por dentro das principais notícias. 

DISCUSSÃO DENTRO DA BOATE

Ângelo teria protagonizado uma discussão dentro da boate onde estava, instantes antes do atropelamento. Conforme testemunhas, primeiro, o jovem chegou a tentar atropelar um desafeto específico, que estava a pé, na saída da casa de shows.

Ainda no ano passado, a defesa do suspeito negou que tenha havido qualquer atropelamento intencional e disse que "Ângelo Victor deseja auxiliar as vítimas e reparar os danos". 

De acordo com a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), o suspeito foi autuado em flagrante após apresentar resultado positivo para a presença de álcool no sangue. A reportagem apurou que já na delegacia,  Ângelo disse aos policiais que estava bebendo uísque dentro da boate e tinha se sentido mal.

Na versão do suspeito, ele saiu do estabelecimento e foi agredido por dois homens. Ângelo disse que entrou no carro para se desvencilhar das agressões, bateu no meio fio e capotou. 

Ainda segundo a versão do preso, ele não lembra de mais nada do episódio, só tendo acordado ao ser retirado do veículo por bombeiros. Há informações de que dentre as vítimas há um homem que trabalhava como motorista de aplicativo, no momento do crime.

 

Este conteúdo é útil para você?
Assuntos Relacionados