Fugas de presos levam Sejus a afastar diretores de presídio

Detentos conseguiram escapar de maneira não explicada em duas ações ocorridas em curto espaço de tempo

Escrito por Levi de Freitas - Repórter ,
Legenda: A Unidade Prisional Agente Luciano Andrade Lima, antiga Casa de Privação Provisória de Liberdade I (CPPL I), registrou incidentes de fugas no intervalo de dez dias. Os seis foragidos são considerados de alta periculosidade
Foto: FOTO: KID JÚNIOR

O diretor e o adjunto da Unidade Prisional Agente Luciano Andrade Lima, além de dois agentes penitenciários plantonistas, foram afastados das atividades na última quinta-feira (31). A unidade prisional registrou dois episódios de fuga em circunstâncias ainda não explicadas e em curto intervalo de tempo. Na última ocorrência, escapou um homem preso por pistolagem, sequestro e diversos outros crimes considerados de alta periculosidade. Antes, detentos condenados por tráfico de drogas, homicídio, roubo e um homem supostamente ligado ao Primeiro Comando da Capital (PCC) escaparam.

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A Secretaria da Justiça e Cidadania do Estado (Sejus) não soube informar em quais circunstâncias ocorreu a última fuga de preso daquela unidade carcerária. No último dia 21, um buraco foi encontrado no teto de uma das celas e foi descoberto que cinco presos teriam fugido. No dia anterior, um detento foi encontrado morto, com sinais de espancamento.

As seguidas ocorrências levaram a Pasta à decisão de afastar os funcionários lotados naquela unidade. Conforme a Sejus, tudo ainda está sendo investigado. A responsabilização dos diretores e agentes nas fugas da unidade prisional não foi confirmada pela Pasta.

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Fugas misteriosas

A última fuga da Unidade Prisional Agente Luciano Andrade Lima foi percebida apenas na última quinta-feira (31). Paulo Victor Lopes Monteiro estava recolhido naquela penitenciária desde abril de 2015 e respondia por furto e homicídio.

Ele é filho de um coronel da reserva da PM e teria participado da morte do policial civil aposentado José Alves Bezerra, o 'Dedé Bezerra' e do vereador Amarílio Pequeno da Silva. As duas vítimas foram executadas com tiros de pistola em plena praça pública, em Juazeiro do Norte, a 493 km de Fortaleza, em 2011. Paulo Victor ainda teve participação no sequestro de um empresário de Mossoró.

Conforme a Sejus afirmou em nota, "a Policia já foi informada para que as providências necessárias sejam adotadas".

No último dia 21, outras cinco pessoas também fugiram daquela unidade carcerária. Dentre os fugitivos, suspeitos de comandar o tráfico de drogas, envolvidos com ataques a bancos e até um que seria ligado ao PCC, segundo a Polícia. Até o fechamento desta edição, nenhum deles havia sido recapturado.

Pastor Florêncio Cabral Gimenez, natural do distrito de La Paloma, no Paraguai, teve a pena fixada em 18 anos de reclusão. Ele foi acusado na apreensão de 2,5 toneladas de maconha, em setembro de 2014, durante operação da Polícia Federal em Fortaleza.

Olívio Beserra Queiroz, o 'Moringa', seria um dos mais influentes do Nordeste dentro do PCC, segundo informações da Polícia Civil do Rio Grande do Norte. Ele seria o comandante do tráfico de drogas em Aquiraz, Vale do Jaguaribe e no Oeste do Rio Grande do Norte. Havia sido preso em 2010 durante operação conjunta entre os dois Estados.

Marcos de Oliveira Silva, o 'Naldo', é paulista e havia sido preso em agosto de 2015, suspeito de pelo menos nove ataques a instituições financeiras.

Jeremias Ávila Frota foi condenado a 14 anos e sete meses de prisão por traficar 150 kg de maconha, descobertos pela PF. Já Anilson Ricardo Nerys é conhecido por chefiar quadrilhas e comandar sequestros de gerentes de bancos no País. Ele já escapou de cadeia em Goiás.