Engenheiro preso por ser confundido com membro de facção no Ceará é solto após mais de 40 dias

Cearense saiu da Unidade Prisional (UP) de Quixadá nesta sexta-feira (5)

Escrito por
Matheus Facundo matheus.facundo@svm.com.br
Foto do engenheiro-agronômo cearense acusado de ser integrante de facção deixando a prisão
Legenda: Valdizio deixou a prisão em Quixadá ao lado família e amigos
Foto: Arquivo pessoal

Raimundo Valdizio Daniel Lima, engenheiro-agrônomo de 31 anos preso por supostamente integrar uma facção criminosa no Ceará, foi solto nesta sexta-feira (5), após 43 dias preso. A família do cearense, natural de Baturité, havia mobilizado uma campanha afirmando a inocência de Valdizio, e contava ainda com apoio da Defensoria Pública do Estado do Ceará.

O engenheiro deixou a prisão acompanhada por amigos e familiares e já está em casa, segundo informou ao Diário do Nordeste a sobrinha dele, Jeane Lima, que comemorou a soltura. O homem estava detido na Unidade Prisional (UP) de Quixadá desde 24 de julho. 

Um pedido de Habeas Corpus a favor do engenheiro tramitava no Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE).

Ele era assistido pelo defensor público Emerson Castelo Branco, que acompanhou a soltura em Quixadá e repercutiu o caso nas redes sociais nesta sexta: "Hoje, brilha no céu a Justiça". 

Veja também

Família alega injustiça 

Conforme a sobrinha do engenheiro, Jeane Lima, ele é acusado de ser proprietário de um número de celular encontrado em um grupo de WhatsApp ligado a uma organização criminosa. No entanto, ela indica que a linha "nunca pertenceu" a ele. 

"O nome do WhatsApp era apenas 'Lima'. Consta no processo que houve uma mudança de IP e esse IP é da rede Wi-Fi da nossa casa, e a internet é cadastrada no nome do Valdizio. Acredito que foi uma confusão muito grande", relata. 

A parente ainda fala que do cumprimento da prisão preventiva, os policiais civis não levaram nenhum aparelho eletrônico de Valdizio para realizar verificações. Jeane Lima, disse ao Diário do Nordeste que a prisão foi um "erro gravíssimo", pois ele "não tem nem perfil para ser confundido com criminoso". 

Além de trabalhar como engenheiro-agrônomo para uma empresa de Crato, Valdizio faz mestrado na Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab). "Pessoa honesta e trabalhadora", pontua Jeane. 

Nas redes sociais, a família compartilhava mensagens pedindo Justiça pelo cearense de Baturité. A irmã dele chegou a compartilhar uma mensagem de um professor do mestrando, afirmando que ele ficou com nota baixa por não entregar uma atividade obrigatória, durante o período encarcerado. 

 

Assuntos Relacionados