Dois homens são denunciados pelo MP por envolvimento em ataque a provedora de internet no CE
Suspeitos teriam agido sob ordens de grupo criminoso que utiliza métodos ‘terroristas’ para garantir o controle de algumas regiões da cidade de Caucaia
Dois homens foram denunciados pelo Ministério Público do Ceará (MPCE), nessa sexta-feira (28), por envolvimento em um ataque contra a provedora de internet Giga+, localizada no bairro Parque Soledade, em Caucaia. O estabelecimento foi destruído pelo fogo ateado pelos suspeitos.
As denúncias foram apresentadas pela promotora de Justiça Raquel Barua, titular da 11ª Promotoria de Justiça de Caucaia, em desfavor de Gustavo Cavalcante dos Santos e Gabriel Vasconcelos do Nascimento.
Segundo os autos, na madrugada de 17 de março, a mando de uma organização criminosa na região, Gustavo participou diretamente do incêndio à loja. Ele estava acompanhado de quatro pessoas não identificadas, mas era o único do grupo sem balaclava.
Já Gabriel agiu como “olheiro”, monitorando e facilitando a execução dos crimes e a fuga dos envolvidos. Ele é monitorado pela Justiça, mas bloqueou o sinal da tornozeleira eletrônica para impedir o rastreamento do dispositivo na hora dos ataques.
Imagens das câmeras de segurança e vídeos que circularam nas redes sociais registraram toda a ação.
As investigações indicaram que os crimes tiveram comando de uma organização criminosa armada, cujo objetivo é dominar territórios e obter recursos advindos de serviços essenciais.
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Para isso, segundo o MPCE, utiliza “táticas terroristas, violência física e psicológica, visando espalhar medo e pânico entre a população”. A finalidade da estratégia é expandir o monopólio do tráfico de drogas para um controle econômico mais amplo.
Após os ataques, Gustavo foi preso em flagrante em um bar, enquanto Gabriel foi detido em sua residência, próximos ao local do crime.
A dupla foi denunciada por integrar organização criminosa e pelo concurso material dos crimes de incêndio e atentado contra serviços públicos, sendo Gustavo na função de participação nos atos executórios, e Gabriel, na de colaboração.
Depois da prisão em flagrante, a medida foi convertida em prisão preventiva durante audiência de custódia.
40 presos até o momento
Até a última quinta-feira (27), as ações integradas das Forças de Segurança do Estado contra suspeitos de ataques a empresas provedoras de internet já haviam capturado 40 pessoas.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), as prisões da operação 'Strike' ocorreram por força de mandados de prisão e em termos flagranciais. Durante os trabalhos policiais, veículos, diversos aparelhos celulares, armas e munições foram apreendidos.
A operação tem o objetivo de identificar, investigar e prender suspeitos de ataques e ameaças a provedores de internet e a funcionários das empresas para criar um comércio ilegal de provedores.