Diretor-geral da Aesp é exonerado após policial feminina denunciar agressão em curso de tática

Uma investigadora da Polícia Civil do Maranhão de 53 anos foi agredida a pauladas por um instrutor durante a 3ª edição do Curso Tático Policial Feminino

Escrito por
Matheus Facundo matheus.facundo@svm.com.br
(Atualizado às 08:16, em 20 de Maio de 2025)
Ex-Diretor-geral da Aesp, Coronel PM Clauber Wagner Vieira de Paula
Legenda: O Coronel da PM Clauber Wagner Vieira de Paula estava na direção-geral durante o episódio de agressão
Foto: Divulgação/Aesp

Após o caso de agressão de um instrutor contra uma policial civil feminina do Maranhão durante um curso da Academia Estadual de Segurança Pública (Aesp), o Governo do Ceará exonerou o diretor-geral do órgão, o Coronel da PM Clauber Wagner Vieira de Paula. A informação foi dada por Elmano de Freitas, que se posicionou nas redes sociais nesta terça-feira (20).

"Inadmissível e revoltante a denúncia de agressão cometida por um policial de Tocantins, responsável por ministrar um dos módulos do Curso Tático Policial Feminino na Academia Estadual de Segurança Pública (Aesp), contra uma policial civil do Maranhão", publicou o chefe do Executivo Estadual. 

O novo diretor-geral é o coronel José Kilderlan Nascimento de Sousa. Ele foi comandante do Comando de Policiamento de Rondas de Ações Intensivas e Ostensivas (CPRaio) de 2020 a 2023 e recentemente atuou como coordenador-geral de operações da Polícia Militar do Ceará (PMCE). 

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"Não compactuamos e não vamos tolerar qualquer tipo de violência contra as mulheres, assim como quaisquer abusos dentro dos nossos cursos de formação", seguiu Elmano.

Segundo o governador, foi determinado ao secretário da Segurança Pública Samuel Elânio "apuração rigorosa e imediata". A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Estado do Ceará (SSPDS), inclusive, informou em nota que a Controladoria Geral de Disciplina (CGD) dos Órgãos de Segurança Pública instaurou procedimento disciplinar. 

"Por fim, a SSPDS frisa que não compactua com tais condutas e salienta que todas as denúncias apresentadas passam por investigação preliminar no intuito de que indícios de autoria e materialidade sejam colhidos para dar subsídios ao oferecimento de instrução processual e adoção de medidas cabíveis na esfera criminal", conclui a pasta.

Agressão durante treinamento 

Uma investigadora da Polícia Civil do Maranhão (PC-MA) de 53 anos foi agredida a pauladas por um instrutor durante a 3ª edição do Curso Tático Policial Feminino (CTAP), promovido pela Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará (Aesp). Ela teve hematomas nas nádegas e divulgou o caso em suas redes sociais após pedir para sair do curso e voltar ao estado maranhense. 

A agente de segurança, que trabalha nas forças de segurança há 14 anos, sofreu a agressão no último dia 8 de junho. A mulher, que ainda não será identificada por motivos de segurança, relatou ao Diário do Nordeste que o agressor a chamava de "velha" durante as pauladas para fazer "pressão psicológica".  

Ela conta que pediu desligamento da instrução e retornou ao alojamento, onde foi procurada pela coordenação do Curso e por policiais. Eles teriam pedido desculpas e solicitado que ela voltasse às aulas, mas, segundo ela, o trauma da agressão a deixou com medo. 

 

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