Incêndios em vegetações no mês de agosto já atingem uma entre quatro cidades do Ceará

O mês marca o início do período de queimadas, que se intensificam a partir de setembro; maioria dos focos resultam de ações criminosas, diz Corpo de Bombeiros

Escrito por Honório Barbosa , regiao@svm.com.br
Incêndio em vegetação de Cariús
Legenda: Segundo o Corpo de Bombeiros do Ceará, já houve incêndios próximos de casas e a maioria dos focos no campo trazem prejuízo para os agricultores
Foto: Corpo de Bombeiros do Ceará/Divulgação

Faltando ainda uma semana para o término de agosto, já há registro de focos de incêndios em vegetação em pelo menos 45 cidades no Ceará, ou seja, 24,5% dos municípios. Este mês assinala o início do período de queimadas, que se intensificam a partir de setembro. No Estado, até o último dia 23, foram 836 focos. Os dados são do Corpo de Bombeiros do Ceará.

A corporação divulgou que, em agosto de 2020, foram observados 1.439 focos. Apesar de faltar ainda seis dias para o término do mês e os registros atuais serem inferiores a 2020, “as queimadas que já começam nas margens de rodovias, posteriormente se interiorizam para o campo e trazem preocupação”, pontuou o tenente-coronel, Mardens Vasconcelos, comandante adjunto, do Quartel dos Bombeiros Militares em Sobral.

Mardens Vasconcelos observa que já houve incêndios próximos de casas e que a maioria dos focos no campo “trazem prejuízo para os agricultores, queimam cercas, árvores, afugentam ou matam animais silvestres e destroem a mata nativa”.

De acordo com a estatística da Corporação, em 2020, dos focos registrados em agosto, foram observados 695 na Região Metropolitana de Fortaleza e 744 no Interior.

Neste ano, no período de 1º de agosto até a segunda-feira (23), o Corpo de Bombeiros do Ceará observou 349 focos na RMF e 487 no Interior, somando os 836 incêndios em áreas de vegetação.

No âmbito do 4º Batalhão dos Bombeiros Militares (BBM), na região Centro-Sul do Ceará, foram observados, no período, incêndios em Quixelô, Cedro, Jucás, Cariús, Iguatu, Orós, Saboeiro, Acopiara e Icó.  

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A estatística do Corpo de Bombeiros mostra que, analisando somente o mês de agosto, houve variação nos últimos cinco anos de incêndio em vegetação, na região Centro-Sul do Ceará.

Em 2016, foram 22 focos; em 2017, 62; em 2018, caiu para 45; em 2019 voltou a subir e chegou a 112; em 2020, 90, e, agora, em 23 dias do atual mês, já foram observados 64.

“Nesses seis dias que faltam para terminar o mês atual, podemos ter mais ocorrências, mas não há como prever”, observa o subtenente Francisco José Diniz. “As queimadas estão começando e vamos ter uma crescente em setembro e outubro próximos”.

O tenente-coronel, Nijair Araújo, comandante do 4º BBM, em Iguatu, observou que “a maioria dos focos decorre da ação humana e são incêndios criminosos”.

Há aqueles que pessoas queimam por maldade o mato seco às margens de estradas e há focos que começam em áreas para pastagens e plantio agrícola, que se verificam com maior intensidade a partir de setembro”.

Incêndio em vegetação de Cariús
Legenda: Neste ano, no período de 1º de agosto até a segunda-feira (23), o Corpo de Bombeiros do Ceará observou 349 focos na RMF e 487 no Interior
Foto: Corpo de Bombeiros do Ceará/Divulgação

Ceará

De acordo com dados do programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em agosto de 2020 foram registrados 209 focos de incêndios em vegetação no Ceará. Já no período de 1º a 22 de agosto daquele ano, foram 138.

Entre 1º de agosto e o domingo (22), o INPE observou 126 queimadas no território cearense. De acordo com a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), cerca de 70% do território rural cearense é propício à ocorrência de queimadas nesta época do ano.

“Sem dúvida, nesse período os quarteis ficam em alerta e é preciso que cada um faça a sua parte, sem atear fogo na mata, que é crime, e conscientize outras pessoas sobre os riscos do fogo”, observou o subtenente, José Diniz.

O biólogo e ambientalista, Dauyzio Alves Silva, pontuou que as queimadas em vegetação destroem cada vez mais a Caatinga, mata animais silvestres e traz prejuízos para os agricultores a partir da destruição de instalações rurais.    

 

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