49 cidades do Ceará têm mais de 50% da população vacinada com a primeira dose; veja lista

No Ceará, 48,71% dos 9.187.103 habitantes do Estado, segundo o IBGE, já receberam a D1

Escrito por Antonio Rodrigues , antonio.rodrigues@svm.com.br
Vacinação de idosos do lar torres de melo, em Fortaleza
Legenda: Das nove cidades cearenses com população acima de 100 mil habitantes, apenas quatro ultrapassaram 50% de sua população que recebeu a D1
Foto: José Leomar

Dos 184 municípios cearenses, 49 já aplicaram a primeira dose da vacina contra a Covid-19 em pelo menos 50% de sua população, segundo os dados publicados na plataforma do Vacinômetro, da Secretaria de Saúde do Estado (Sesa), atualizados domingo (15).

No Ceará, 48,71% dos 9.187.103 habitantes do Estado, segundo a estimativa de 2020 do Instituto Brasileiro Geografia e Estatística (IBGE), já receberam a D1.

O município de Guaramiranga, na região do Maciço do Baturité, que vacinou toda sua população adulta, lidera com 92,58% de seus habitantes já com a primeira dose. Depois dela, outros cinco municípios ultrapassam a taxa de 60%: Quixelô (63,19%), Mucambo (61,85%), Reriutaba (61,19%), Pires Ferreira (61,5%) e Limoeiro do Norte (60,79%).  

Das nove cidades cearenses com população acima de 100 mil habitantes, apenas quatro ultrapassaram 50% de sua população que recebeu a D1. São elas: Fortaleza (59,22%), Iguatu (57,92%), Sobral (51,19%) e Crato (50,75%).  

Veja a lista completa de cidades que já aplicaram a primeira dose em mais de 50% de sua população:  

  • Alcântaras - 54.47% 
  • Altaneira - 57,65% 
  • Antonina do Norte - 53,54% 
  • Ararendá - 57,28% 
  • Baixio - 56,47% 
  • Canindé - 59,88% 
  • Catunda - 54,19% 
  • Cedro - 51,74% 
  • Crato - 50,75% 
  • Cruz - 57,65% 
  • Deputado Irapuan Pinheiro - 55,01% 
  • Eusébio 0 55,57% 
  • Fortaleza - 59,22% 
  • Graça - 52,35% 
  • Granjeiro - 50,39% 
  • Groaíras - 51,59% 
  • Guaramiranga - 92,58% 
  • Ibicuitinga - 53,69% 
  • Icapuí - 51,78% 
  • Iguatu - 57,92% 
  • Independência - 53,74% 
  • Itaiçaba - 57,30% 
  • Itatira - 52,51% 
  • Jaguaretama - 53,41% 
  • Jaguaribara - 53,93% 
  • Limoeiro do Norte - 60,79% 
  • Meruoca - 51,16% 
  • Milagres - 55,52% 
  • Milhã - 56,36% 
  • Monsenhor Tabosa - 59,06% 
  • Mucambo - 61,85% 
  • Orós - 55,33% 
  • Pacujá - 50,22% 
  • Palhano - 55,44% 
  • Pereiro - 52,33% 
  • Pindoretama - 59,52% 
  • Pires Ferreira - 61,15% 
  • Poranga - 52,94% 
  • Porteiras - 56,97% 
  • Quixelô - 63,19% 
  • Reriutaba- 61,19% 
  • Sâo Benedito - 54,56% 
  • São Gonçalo do Amarante - 51,45% 
  • São João do Jaguaribe - 50,80% 
  • Senador Pompeu - 56,69% 
  • Sobral - 51,19% 
  • Solonópole - 52,68% 
  • Tamboril - 50,07% 
  • Umari - 55,36% 

Veja também

Distribuição desigual

A virologista, epidemiologista e professora da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC), Caroline Gurgel, destaca que a campanha de vacinação acontece de forma heterogênea no Brasil. “Cada estado ficou por si”, pontua. Além disso, diz, há uma distribuição desigual por município.

Você enxerga uma certa dificuldade de conseguir vacinar certos grupos populacionais, como aqueles que não têm acesso à internet. Apesar de existir a disponibilidade dos Cras para os cadastros, como conseguem acompanhar o agendamento?”
Caroline Gurgel
Virologista, epidemiologista e professora da UFC

Outro problema enxergado por Caroline é a distância percorrida para os locais de aplicação das doses. “Muita gente não tem condições de se deslocar, o patrão não libera porque podem levar uma manhã inteira. São realidades sociais que não abordam”, observa.

Por isso, sugere: “Deveria começar a oferecer como livre demanda, como vem acontecendo em alguns locais. Mutirões para que as pessoas tenham acesso”. 

Segunda dose

A presidente Conselho das Secretarias Municipais de Saúde (Cosems), Sayonara Cidade, acredita que, hoje, o grande problema é acelerar a segunda da vacinação e isso tem esbarrado na escassez de doses.

“Hoje convivemos com a falta da Astrazeneca”, admite. A preocupação aumenta pela chegada da variante Delta, já confirmada em solo cearense. “Já estamos em transmissão comunitária em nosso Estado”, alerta.  

A partir disso, Sayonara reforça a orientação nos cuidados: “uso de máscara principalmente e a realização de exames em rodoviárias, portos e aeroportos para identificação imediata de pessoas acometidas pela variante e proceder o isolamento dessa pessoa evitando a transmissão”, sugere.

Ainda em consonância com a preocupação em relação à variante Delta no Ceará, Caroline Gurgel ressalta a importância acelerar o máximo possível a segunda dose. “Não adianta vacinar todo mundo só com a primeira. A variante Delta, frente as vacinas da Pfizer, AstraZeneca e Coronavac, só com uma dose, é o mesmo que nada. Reduz muito a eficácia”, completa.  

Cidades com maior aplicação da D2

A cidade cearense com proporcionalmente o maior número de habitantes com o esquema vacinal completo (aplicação de segunda dose ou dose única) é Guaramiranga, com 48,77% de sua população. Monsenhor Tabosa aparece em seguida com 42,37%. Completam a lista de cinco melhores São Benedito (35,50%), Cariré (34,66%) e Pires Ferreira (34,08%).

Curiosamente, Cariré não aparece entre os 49 municípios que já atingiram pelo menos 50% da sua população na primeira dose. Hoje, soma 44,28%. “É necessário um olhar de forma diferenciada e aumentar o volume com as duas doses”, sugere a epidemiologista.  

Esta é uma imagem da vacinação em Guaramiranga
Legenda: Em junho, Guaramiranga completou a vacinação de 100% da população adulta cadastrada no Saúde Digital
Foto: Fernanda Aires

Importante ressaltar que, apesar de alguns municípios montarem sua cobertura apenas com base na população adulta, ou seja, acima de 18 anos, cientistas recomendam que a imunidade de rebanho seja contabilizada em cima da sua população total. Nesta técnica, determinada parcela de população se torna imune, ou seja, desenvolvem anticorpos contra o agente causador da doença, criando uma barreira, protegendo o restante a população, mesmo aqueles que ainda não tomaram a vacina.

Outras campanhas

No Brasil, outras campanhas de vacinação alcançaram a imunidade de rebanho, como as que ocorreram contra o sarampo e a poliomielite, onde foi medida a vacinação de 95% da população total.

No caso da Covid-19, ainda não se há uma taxa ideal para garantir essa segurança, mas pesquisas estão sendo realizadas, como em Serrana (SP), onde um estudo realizado pelo Instituto Butantan, apontou que a vacinação de 75% de seus habitantes reduziu em 95% a mortes causadas por Covid-19.  

"A taxa mínima de cobertura vacinal é de 80%. A cobertura excelente seria acima dos 95%", projeta Caroline.

 

Assuntos Relacionados