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Wellington Macedo atribui a comparsa ideia de explodir caminhão em Brasília: 'fui vítima'

O jornalista cearense relata que recebeu uma mensagem solicitando que ele transportasse Alan Diego, que mais tarde plantou explosivos na região do Aeroporto de Brasília

Escrito por Redação ,
Wellington Macedo na CPI do DF
Legenda: O cearense condenado a seis anos de prisão por tentar explodir um caminhão nas proximidades do Aeroporto de Brasília foi convocado à CPI dos Atos Antidemocráticos do DF
Foto: Carlos Gandra / Agência CLDF

Em depoimento à CPI na Câmara Legislativa do Distrito Federal (DF), nesta quinta-feira (5), o blogueiro cearense Wellington Macedo disse ser "vítima de uma trama diabólica". Ele afirma não ter sido sua ideia tentar explodir caminhão em Brasília em dezembro de 2022, mas do comparsa Alan Diego dos Santos. Ambos foram condenados pelo crime, e o jornalista nega saber da existência dos explosivos no carro.

"Perguntei o que estava acontecendo e vi na mão dele um controle, tipo de ar-condicionado, e ele disse: ‘Não pare mais. Pode seguir. Vou explodir o caminhão’. Entrei em pânico, em desespero, porque ainda tinha uma mochila no banco traseiro. Falei para ele: ‘Como você faz isso comigo? Estou com uma tornozeleira eletrônica’. Falei que todo o percurso que foi feito estava registrado", indicou Macedo durante questionamentos do deputado Chico Vigilante (PT). 

Veja trecho do depoimento:

Segundo Macedo, ele foi enganado por "dois homens que eu não conhecia, que eu não tinha nenhuma ligação política nem profissional": "Por ter um coração bom, eu, inocentemente, não percebi que eu estava caindo nessa trama". 

Na oitiva, Wellington negou ter envolvimento com grupos extremistas e conta que só participou dos acampamentos pró-Bolsonaro como profissional da imprensa. Ele disse ainda que não era bem visto pelos integrantes dos chamados "QGs": "Cheguei a ser agredido por um grupo que controlava um carro de som. Eles estavam em uma reunião e eu cheguei gravando. Eles não gostaram e partiram para cima de mim, chegaram a quebrar meu equipamento”. 

Dia do atentado 

O cearense narrou à CPI o que houve no dia o atentado, na véspera de Natal de 2022. Segundo Wellington, ele recebeu uma mensagem pedindo que ele desse carona a uma manifestante pró-Bolsonaro ao aeroporto de Brasília. 

Ele pegou Alan Diego no acampamento com uma mala e uma sacola e disse que ele parecia "nervoso". O homem pediu para que ele passassem em alguns locais antes de seguir viagem. 

No aeroporto, Macedo relata que o comparsa não quis descer do carro e fez os dois rodarem por diversos pontos de Brasília durante a madrugada. O blogueiro conta que viu Alan instalando os artefatos explosivos para tentar explodir o caminhão. 

"Eu entrei em pânico, em desespero, porque ainda havia uma mochila dentro do carro e eu pensei que pudesse haver mais artefatos", conta.