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Veja o que Gleisi, Flávio Bolsonaro, Pacheco e outros políticos falaram sobre a Operação Contragolpe

A operação mira um grupo de militares que planejaram um atentado contra o presidente Lula, o vice-presidente Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes

Escrito por Diário do Nordeste/Estadão Conteúdo ,
Montagem de fotos mostra Gleisi Hoffmann à esquerda, Flávio Bolsonaro ao centro e Rodrigo Pacheco à direita
Legenda: A deflagração da operação da PF repercutiu no Senado e na Câmara Federal
Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados | Saulo Cruz/Agência Senado | Jefferson Rudy/Agência Senado

O plano de atentado contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), orquestrado por militares que integravam a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), repercutiu, nesta terça-feira (19), entre parlamentares do Senado e da Câmara Federal.

A deputada federal e presidente do PT, Gleisi Hoffman, escreveu nas redes sociais que considera o caso "extremamente grave" e pediu que não haja anistia: "Foram reuniões conspiratórias, descrédito das urnas, desvio de dinheiro para organizar a ida de caravanas bolsonaristas para acampamentos em frente aos quartéis. Lembrem que os cinco [presos na Operação Contragolpe] são servidores públicos, com o conhecimento técnico-militar que aprenderam através do Estado, atentando contra a democracia e a vida".

O deputado federal e ex-candidato a prefeito de São Paulo, Guilherme Boulos (Psol-SP), acrescentou que o episódio aponta para "uma organização golpista muito bem articulada" e disse que "a prisão do líder também é fundamental e urgente".

Fizeram coro às afirmações e pediram a não anistia dos envolvidos os deputados Tarcísio Motta (Psol-RJ), Natália Bonavides (PT-RN), Luiza Erundina (PT-SP), Talíria Petrone (PsolL-RJ), Rubens Otoni (PT-GO), Maria do Rosário (PT-RS) e Érika Hilton (Psol-SP).

Em nota à imprensa, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), classificou o caso como "extremamente preocupante" e defendeu que os envolvidos sejam "julgados sob o rigor da lei". "O grupo, segundo as investigações, tramava contra a democracia, em uma clara ação com viés ideológico. E o mais grave, conforme a polícia, esses militares e o policial federal tinham um plano para assassinar o presidente da República e o seu vice, além de um ministro do Supremo", declarou.

"Não há espaço no Brasil para ações que atentam contra o regime democrático e menos ainda para quem planeja tirar a vida de quem quer que seja", seguiu Pacheco.

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Aliados de Bolsonaro alegam 'cortina de fumaça'

Aliados de Bolsonaro, por sua vez, alegaram nas redes sociais que a Operação Contragolpe é "cortina de fumaça" para tentar associar uma suposta participação do ex-presidente na trama golpista. 

Um dos filhos do ex-mandatário, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), escreveu no X que, "por mais que seja repugnante pensar em matar alguém, isso não é crime". "Decisões judiciais sem amparo legal são repugnantes e antidemocráticas", argumentou ele.

Na postagem de Flávio, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), sem citar nomes, afirmou que as autoridades brasileiras "não seguem a lei faz tempo" e disse que a operação da Polícia Federal é "cortina de fumaça". "Pior é quererem ver a montagem de cortinas de fumaça para tentar ligar isso ao nosso presidente. Repugnante", falou.

A deputada federal Bia Kicis (PL-DF) compartilhou a postagem de Flávio Bolsonaro e citou o guru bolsonarista Olavo de Carvalho: "Ou vocês prendem os comunistas pelos crimes que eles cometeram ou eles o prenderão pelos crimes que vocês não cometeram".

Outro filho do ex-presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) classificou como "guerra de narrativas" a prisão dos militares nesta terça-feira e citou o atentado a bombas na semana passada, em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF). "O povo não aguenta mais esta guerra de narrativas sempre mirando na direita. 2026 haverá respostas, tal qual EUA em 2024", escreveu ele.

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Entenda o caso

A Polícia Federal revelou nesta terça-feira um plano de atentado contra o presidente Lula e o vice-presidente Geraldo Alckmin, arquitetado por integrantes da gestão do ex-presidente Bolsonaro, enquanto ainda estavam à frente do Governo, em 2022. O plano previa mortes por envenenamento e até com uso de explosivos e armamento de guerra.

A ideia dos suspeitos, investigados na Operação Contragolpe, era planejar, coordenar e executar os crimes entre novembro e dezembro de 2022, logo após a chapa encabeçada por Lula vencer as eleições gerais daquele ano e pouco antes da posse. 

Os investigados na operação são, em sua maioria, militares com formação em Forças Especiais, conhecidos como "kids pretos". Também estava nos planos dos militares executar o ministro Alexandre de Moraes, do STF, caso o golpe de Estado fosse consumado. 

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