Legislativo Judiciário Executivo

Prefeito de Baturité é alvo de operação da PF após uso de lança-chamas em campanha eleitoral

Herberlh Mota é investigado por suspeita de crimes eleitorais e de descumprimento do Estatuto do Desarmamento

Escrito por Luana Barros , luana.barros@svm.com.br
Herberlh Mota
Legenda: Candidato a reeleição, o prefeito de Baturité Herberlh Mota usou lança chamas durante atos de campanha eleitoral
Foto: Reprodução

A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta terça-feira (3), a Operação "Protocolo III" que teve como alvo o prefeito de Baturité, Herberlh Mota (Republicanos) por suspeita de crimes eleitorais e "afronta" ao Estatuto do Desarmamento durante ato da campanha eleitoral. Mota é candidato à reeleição para a prefeitura da cidade.  

Os agentes de segurança cumpriram mandados de busca e apreensão em quatro endereços, três em Baturité e um em Fortaleza. As ordens judiciais foram autorizadas pelo Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE), após pedido da Polícia Federal.

Na solicitação, o delegado responsável pela investigação Janderlyer Gomes de Lima afirma que o prefeito está em "posse irregular de equipamento incendiário" e que houve a "utilização de lança-chamas ou equipamento incendiário semelhante durante a campanha eleitoral em praça pública, gerando risco e expondo a perigo a integridade física e patrimônio de outros". 

A suspeita é de abuso de poder — no âmbito da legislação eleitoral — e de descumprimento ao Estatuto do Desarmamento. A assessoria do prefeito Herberlh Mota afirmou que o candidato à reeleição não irá se manifestar sobre o caso. 

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Nas redes sociais do prefeito, é possível encontrar imagens dele usando um aparelho semelhante a um lança-chamas durante ato eleitoral nas ruas de Baturité. No vídeo, o gestor aparece segurando o equipamento em cima de um carro de som. Outras imagens mostram Mota usando outros equipamentos de pirotecnia usando fogo.

A operação da Polícia Federal teve como objetivo "reunir elementos probatórios para a conclusão do inquérito policial" e "apreender os artefatos e/ou equipamentos piromaníacos utilizados de forma ilegal por um candidato durante a campanha eleitoral".

Em nota, a PF informou ainda que o "uso indevido de equipamento incendiário", por estar ligado ao contexto eleitoral, pode ser considerado "uma afronta à estabilidade pública, que deve ser preservada durante a propaganda política".

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