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Para 40% dos cearenses, 'contato pessoal' ainda é principal forma de escolher o candidato a prefeito

Os dados são de pesquisa realizada pelo Instituto Opnus no início de agosto em todas as regiões do estado

Escrito por Luana Barros , luana.barros@svm.com.br
Campanha eleitoral
Legenda: Para 40% dos cearenses, a interação direta com o candidato é o mais importante na definição do voto para prefeito
Foto: Agência Brasil

O crescimento no uso de plataformas digitais — com as redes sociais — e a importância consolidada do rádio e da televisão ainda não substituíram o contato direto com os candidatos às prefeituras cearenses. Pelo menos é o que demonstra pesquisa realizada pelo Instituto Opnus e divulgada, com exclusividade, pelo Diário do Nordeste. No total, 40% dos cearenses consideram que a visita de casa em casa e o contato pessoal com o candidato são os fatores mais importantes da hora de escolher em que vão votar para prefeito. Contudo, esse resultado não é homogêneo em todo o Ceará. 

"Existe uma diferença aí muito grande na forma como se faz campanha nas cidades menores, nas cidades do interior principalmente, com a campanha conduzida aqui na Capital. Na Capital, tem uma campanha por televisão muito forte, uma campanha virtual muito forte e o corpo a corpo não tem essa capacidade de chegar para toda a população. Quando você vai para o interior, já tem uma proximidade muito grande dos candidatos com os eleitores", analisa o diretor técnico do Instituto Opnus, Pedro Barbosa.

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Para os fortalezenses, a importância da interação direta com candidatos é bem inferior à média estadual: apenas 26% consideram o mais importante na hora de definir o voto para a Prefeitura. Na Região Metropolitana, esse índice é de 47% e nas cidades do Interior é de 44%. 

Para os eleitores da Capital, o que tem mais peso para a escolha são os apoios de lideranças políticas e as alianças com outros partidos políticos — 27% considera o mais importante para definir o voto. 

A propaganda eleitoral também tem mais importância para os fortalezenses. No total, 17% dos entrevistados na Capital afirmam que esse é o principal critério para definir o voto, contra apenas 7% na RMF e 6% no Interior. 

Segmentação por eleitorado

Além das diferenças de acordo com a região do estado onde vivem, também existem mudanças de acordo com a escolaridade do eleitor para o critério usado na escolha do candidato a prefeito. 

Por exemplo, 44% dos eleitores que possuem até o Ensino Fundamental consideram o contato pessoal e a visita de casa em casa o mais importante na hora de escolher o candidato a prefeito. O percentual diminui entre aqueles que possuem até o Ensino Médio — 35% consideram o mais importante — e o Ensino Superior — neste, o índice é 39%. 

Os apoios de lideranças políticas e alianças com outros partidos também são bem mais importantes para eleitores que possuem o Ensino Superior — 36% usa o critério para definir o voto — do que para aqueles que possuem até o Ensino Fundamental — apenas 15% afirmam que esse fator tem importância na hora da escolha. 

Com cada vez mais destaque nas campanhas eleitorais, as plataformas digitais têm mais peso quanto mais jovem é o eleitor. No total, 13% dos entrevistados entre 16 e 24 anos afirmam que irão usar as propagandas nas redes sociais e no WhatsApp para escolher o candidato a prefeito. 

O percentual diminui à medida que o eleitor envelhece. Na faixa etária mais alta, aqueles com 60 anos ou mais, a campanha digital quase não possui peso para a escolha eleitoral: apenas 2% usa esse critério.

Clima de campanha eleitoral

Apesar da variação na importância dada para o contato pessoal com os candidatos a depender do perfil do eleitor, Pedro Barbosa reforça que a "eleição só chega de fato na cabeça das pessoas quando você começa a ter campanha".

"Enquanto não tem campanha na rua, campanha com candidatos andando, cumprimentando, aparecendo de fato para pessoas, não entra esse clima de eleição para as pessoas, ele fica ainda muito restrito. Quem debate política realmente são os meios de comunicação, são os políticos, são os institutos de pesquisa".
Pedro Barbosa
Diretor técnico do Instituto Opnus

A população acaba considerando a eleição algo "distante" e focando menos na disputa "até que o candidato chegue com a campanha na porta da casa dele, apertando a mão e pedindo o voto".

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