Oposição da Câmara chama denúncia contra Bolsonaro de 'peça de ficção' e questiona imparcialidade do STF

Deputados de oposição ao Governo se manifestaram no plenário da Câmara Federal, na terça-feira (18), após receberem a notícia de que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi denunciado ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet.

O ex-presidente é acusado de liderar uma tentativa de golpe de Estado após perder as eleições de 2022. Contudo, para alguns apoiadores dele, a denúncia apresentada pela PGR contra o ex-presidente e outras 33 pessoas trata-se de uma "peça de ficção".

Segundo o G1, os parlamentares alegaram que políticos de direita têm sido perseguidos de maneira "implacável" desde a troca de governo e apresentaram um manifesto, lido pelo líder da oposição na Casa, o deputado Zucco (PL-RS), em que afirmam que a denúncia é um degrau a mais "na escada criminosa contra a liberdade dos brasileiros".

"Trata-se de uma série de acusações rasteiras, desprovidas de evidências concretas que sustentem as graves acusações imputadas", aponta o documento. Além disso, foi colocada em xeque a imparcialidade do STF, a quem caberá julgar e decidir se aceita ou não a denúncia contra o ex-presidente e aliados.

"As recentes decisões do STF nos fazem questionar: teremos possibilidade de defesa para o presidente Bolsonaro? Ou ele já entra condenado a 20, 30, 40 anos de prisão?", questionou Zucco. "Bolsonaro será julgado por aqueles que se vangloriam de ter derrotado o bolsonarismo", continuou o parlamentar.

A deputada Caroline de Toni (PL-SC) também comentou que a denúncia é uma "narrativa construída" para intimidar a direita no Brasil. 

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Indiciamento de Bolsonaro

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, apresentou ao STF, na terça-feira (18), a primeira denúncia envolvendo o ex-presidente Bolsonaro e o ex-ministro Walter Braga Netto sobre a tentativa de golpe de Estado orquestrada em 2022.

Bolsonaro, Braga Netto e outras 32 pessoas foram denunciados pelos crimes de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa.