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Moraes determina desbloqueio das contas bancárias de empresários que defenderam golpe no WhatsApp

A decisão ocorre após a vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo, solicitar duas vezes que o ministro arquivasse o caso

Escrito por Redação ,
Ministro Alexandre de Moraes em sessão do Supremo Tribunal Federal
Legenda: Empreendedores defenderam o golpe caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vença as eleições presidenciais deste ano
Foto: STF

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou, nesta quinta-feira (15), o desbloqueio das contas bancárias dos empresários que defenderam, em grupo no WhatsApp, um golpe de Estado no Brasil caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vença as eleições presidenciais deste ano.

"Em razão da passagem do feriado de 7 de Setembro e da efetivação do afastamento dos sigilos bancários, medida que possibilitará o aprofundamento da investigação e eventual financiamento de atos criminosos, não configura-se mais necessária a manutenção do bloqueio dos ativos financeiros das pessoas nominadas", diz o magistrado no despacho sigiloso, acessado pelo portal Uol

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A decisão ocorre após a vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo, solicitar duas vezes que Moraes arquivasse as investigações contra o grupo de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL). Ela ainda pediu que o ministro anule as medidas já tomadas contra os empreendedores, como quebra de sigilo bancário e telemático, além do bloqueio de contas bancárias. O caso corre em segredo de Justiça. 

No documento da PGR, o órgão faz um histórico sobre o assunto, incluindo desde a apresentação do pedido por parlamentares, em 19 de agosto, à solicitação de vistas dos autos, apresentada pela Procuradoria-Geral após a deflagração da ação em 23 de agosto. 

Na última sexta-feira (9), o STF negou um recurso do Ministério Público Federal (MPF) sobre a operação. O caso teve como alvo os empresários Luciano Hang (dono da Havan); Afrânio Barreira (Grupo Coco Bambu); José Isaac Peres (proprietário da administradora de shoppings Multiplan); José Koury (Barra World Shopping, no Rio de Janeiro); Ivan Wrobel (construtora W3 Engenharia); e Marco Aurélio Raymundo, o Morongo, (marca Normaii). À época da operação, eles negaram as acusações.

A operação

Autorizados por Moraes a pedido da Polícia Federal (PF), os mandados de busca e apreensão contra os empresários foram cumpridos no último dia 23 de agosto nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Ceará

Na decisão que autorizou as buscas, Moraes disse não haver dúvidas da possibilidade de "atentados contra a democracia e o Estado de Direito" no diálogo entre os empresários, que integram o grupo "Empresários & Política" no WhatsApp.

Antes disso, advogados e entidades já haviam solicitado que os empresários fossem investigados no âmbito do inquérito das milícias digitais. Isso porque, segundo o portal Metrópoles, empresários apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) defenderam um golpe de Estado caso Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vença as eleições deste ano. 

Na avaliação de Lindôra, a decisão de Moraes foi fundamentada com base em notícias jornalísticas que não comprovam a relação com os inquéritos que estão sob a relatoria do ministro.

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