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Kamila Cardoso defende independência ideológica: 'nunca vivi de política, nunca tive padrinho'

A candidata ao Senado destacou a saúde e a defesa da mulher como prioridades caso seja eleita

Escrito por Luana Barros , luana.barros@svm.com.br
Kamila Cardoso
Legenda: Kamila Cardoso afirmou que, se for eleita para o Senado Federal, irá atuar com independência
Foto: Thiago Gadelha

Candidata ao Senado Federal, Kamila Cardoso (Avante) destacou que, se eleita, pretende atuar com independência dentro da casa legislativa. Concorrendo pela segunda vez a um cargo eletivo, ela destacou que "não entrou na política por uma ideologia partidária" e sim para defender bandeiras. 

"Eu vou atuar com muita independência. Espero conseguir, mas eu sei que não é fácil. A independência foi o que me trouxe o que consigo trabalhar até hoje. Nunca vivi de política, nunca tive padrinho político. Então, se eu ver que no meio político, eu não consigo atuar com independência, eu saio".
Kamila Cardoso
Candidata ao Senado

Indagada sobre se essa independência significaria um posicionamento mais à direita, à esquerda ou ao centro, a candidata afirmou que defende pautas ligadas a todos os campos políticos. "Eu tenho pautas que elas se cruzam", ressaltou.  

A candidata citou que "defende os valores da família" e é "contra o aborto". "A gente precisa ter uma representatividade feminina, eu luto e milito pelo social". "Então, (as pautas) se cruzam. Então, eu não me identifico como direita, esquerda ou centro, não", completa.

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Kamila Cardoso foi a última entrevistada pela TV Diário e Verdinha, nesta quarta-feira (31). A entrevista faz parte da série de sabatinas com os candidatos ao Senado Federal, que integra a cobertura eleitoral do Sistema Verdes Mares

Desafio de apresentar a candidatura

A candidata afirmou que o principal desafio durante essa campanha eleitoral é apresentar a candidatura ao Senado em todo o Estado. "A grande missão é que todo o povo do Ceará conheça a Kamila", afirma. Kamila também citou o desafio de enfrentar o ex-governador Camilo Santana (PT).

"Eu respeito o trabalho do Camilo. Houve progresso, mas eu não posso me intimidar naquilo que defendo. Eu tenho as minhas causas, tenho as minhas bandeiras, tenho aquilo que luto". 
Kamila Cardoso
Candidata ao Senado

Kamila Cardoso ressaltou a dificuldade principalmente no Interior, onde é menos conhecida da população. Na Capital, por exemplo, ela já foi candidata a vice-prefeita em 2020, na chapa encabeçada pelo agora candidato a governador, Capitão Wagner (União Brasil).

Ela citou, por exemplo, as viagens aos municípios cearenses e o tempo de propaganda na TV e rádio como principais mecanismos para conseguir maior visibilidade.  

"Mas uma coisa é certa, na hora que chego, trago minhas pautas, trago minhas bandeiras, é impressionante a conversão do voto. (...) Não é porque é difícil que vou me intimidar. Precisa o povo do Ceará me conhecer. Esse é o grande desafio, mais do que estar concorrendo contra o ex-governador", ressalta. 

Prioridades no Senado

A candidata afirmou que terá como principal prioridade no Senado, caso seja eleita, a Saúde. Um dos principais campos de atuação destacados por ela foi a defesa das pessoas com deficiência. Ela falou sobre o filho, Caio Cardoso, de 15 anos, que nasceu com paralisia cerebral, e destacou a necessidade de levar "esse olhar de cuidado, de acolhimento, materno" para a discussão sobre a Saúde para o legislativo federal. 

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Indagada sobre eventuais propostas que levaria para a casa legislativa, a candidata reforçou o caráter revisor do Senado Federal. "O mais importante é saber quais opiniões e qual o perfil da Kamila. Como é uma casa revisora, os projetos vão chegar lá e vamos revisar", destacou. 

Ela aproveitou para se posicionar a respeito de projetos de leis e discussões que já estão em andamento no Senado, como a legalização dos jogos de azar e a ampliação da permissão para armas de fogo. 

A candidata afirmou ser contra a legalização dos jogos de azar, além de não considerar que se deve "entregar arma indiscriminada para qualquer pessoa, sem avaliação psicológica e técnica". 

Kamila exemplificou que, em casos de fazendeiros, que vivem distantes das sedes da cidade e de delegacias, o porte pode ser necessário. "Mas sou contra uma quantidade exagerada de armas dentro de casa", completou. 

Representatividade feminina

Outra pauta citada por Kamila Cardoso como prioritária foi a defesa da mulher. A candidata afirmou, inclusive, ser a favor das cotas de gênero como forma de ampliar as candidaturas femininas. 

"Tem que ter cota. É a oportunidade, a garantia de que vai ser respeitado pelo menos o convite. Para as mulheres é difícil porque é um jogo dominado por homens", ressaltou. Ela disse que espera que um dia, a medida não seja mais necessária. "Mas hoje, a gente precisa". 

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A candidata falou ainda a respeito da governadora Izolda Cela (sem partido) que não irá concorrer à reeleição após disputa interna do PDT que resultou no lançamento da candidatura ao Governo do Ceará do ex-prefeito Roberto Cláudio. 

"A questão do gênero feminino nunca foi tão debatida na nossa política como nessa eleição. Começou com a nossa governadora, que quis disputar a reeleição e era uma coisa comum. É a prática de quem está com a caneta na mão e manifesta esse interesse. E o partido dela tirou esse direito", afirmou. 

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