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Imprensa internacional repercute prisão de Braga Netto destacando proximidade com Jair Bolsonaro

Candidato a vice-presidente em 2022 foi detido neste sábado em investigação da Polícia eFederal

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Diário do Nordeste/Estadão Conteúdo producaodiario@svm.com.br
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Legenda: O nome de Braga Netto deve ser confirmado como vice de Bolsonaro
Foto: Foto: Evaristo Sá/ AFP

A imprensa internacional repercutiu com destaque a prisão de Walter Sousa Braga Netto, general da reserva e ex-candidato a vice-presidente em 2022 na chapa do então presidente Jair Bolsonaro (PL).

Braga Netto foi preso pelos desdobramentos da investigação da Polícia Federal que aponta uma tentativa de golpe de Estado no fim de 2022 após a derrota de Bolsonaro para o atual presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

No New York Times, o destaque ficou pelo trecho onde o jornal americano frisa que Braga Netto foi "chefe de gabinete de Bolsonaro e, posteriormente, ministro da defesa em seu governo".

"Sua prisão aproxima ainda mais o ex-presidente de uma ampla investigação, que já implicou profundamente Bolsonaro. As acusações foram o ponto culminante de uma ampla investigação de dois anos sobre o que a polícia descreveu como uma trama vasta, detalhada e coordenada que buscava subverter a democracia e manter Bolsonaro no poder depois que ele perdeu a eleição presidencial de 2022", acrescentou o NYT.

O Washington Post, outro tabloide americano, disse que o general da reserva foi formalmente acusado no mês passado, junto com Bolsonaro e outras 35 pessoas, de planejar um golpe de Estado para manter o ex-presidente no poder.

Veja também

"Quadro chocante de conspiração", diz jornal inglês

O The Guardian, famoso tabloide inglês, escreveu que são "chocantes" os desdobramentos da investigação da Polícia Federal.

"A ideia era supostamente usar as mídias sociais para disseminar falsas alegações de fraude eleitoral que poderiam ser usadas para justificar uma intervenção militar", declara o jornal.

O francês Le Monde frisa a ligação entre Braga Netto e Bolsonaro, e reforça que documentos golpistas foram impressos dentro do Palácio do Planalto quando o ex-presidente ainda estava no cargo.

"A Polícia Federal do Brasil disse ter detido 'pessoas que estariam obstruindo a investigação. Braga Netto foi preso na operação", ressalta.

O El Universal, do México, pontua ainda que Bolsonaro foi indiciado junto com Braga Netto no mesmo inquérito, além de sublinhar que o ex-presidente tinha plena consciência da trama golpista contra Lula.

Países sul-americanos também enfatizam prisão

Os argentinos Clarín e La Nación destacaram a detenção de Braga Netto. O primeiro utilizou como manchete "Prendem no Brasil ex-ministro de Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado contra Lula". Na reportagem, há o registro do plano articulado que previa ainda o assassinato de Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

Já o La Nación relacionou a prisão com os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 em Brasília, que culminaram em uma série de invasões contra prédios públicos na capital federal.

"Embora Bolsonaro negue haver participado dos distúrbios, as autoridades investigam ele e membros de seus governos por supostos esforços para anular a vontade popular", decreta o jornal.

Os chilenso La Tercera e Emol foram enfáticos na relação entre Braga Netto e Bolsonaro. O primeiro reforça que a tentativa de golpe de Estado se deu "depois que o ex-presidente de ultradireita perdeu as eleições" para Lula.

O segundo pondera que Braga Netto teve participação ativa na tentativa de pressionar comandante da alta cúpula das Forças Armadas do Brasil para aderir à tentativa de golpe, o que, de um modo geral, acabou não acontecendo.

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