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Grazielle Albuquerque: Visibilidade do STF resgata antigas discussões sobre mudanças no Judiciário

Dinâmica comunicacional e movimentações políticas fizeram com que discussões antigas entrassem na agenda pública brasileira

Escrito por Bruno Leite , bruno.leite@svm.com.br
Grazi Albuquerque
Foto: Reprodução / YouTube

O estabelecimento de mandatos para ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e outras discussões que permeiam o âmbito jurídico, apesar de difundidas atualmente, não são recentes, mas decorrentes da transposição delas para o grande público através da comunicação a partir do poderio político adquirido pelo Judiciário ao longo dos últimos anos. 

A análise mencionada é da jornalista e cientista política Grazielle Albuquerque, autora do livro "Da lei aos desejos: o agendamento estratégico do STF", em que explora como se deu a construção da imagem pública da Suprema Corte brasileira nos últimos anos. A especialista foi a entrevistada da live do PontoPoder na quinta-feira (7) e discorreu sobre o assunto.

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"A discussão para mandatos para ministros (do STF) não é nenhuma novidade. A Reforma do Judiciário começa em 1992, se não me engano, foi através da Proposta de Emenda Constitucional 96", destacou a entrevistada, salientando que assuntos técnicos como este eram segmentados no passado. 

"Lá em 1992, já tinha, nesse primeiro projeto de Reforma do Judiciário, (a proposta de) mandatos para ministros do Supremo. Então, essa discussão é antiga. O que acontecia é que isso não estava em debate popular", articulou em seguida, citando como exemplo a ausência destes temas em programas televisivos ou de rádio.

Conforme defendeu Albuquerque, é necessário considerar um ponto para que haja o entendimento da situação: o de que algumas destas discussões que eram muito setorizadas tomam outra dimensão pública quando o Supremo passa a ter poder político. "Muitas das discussões que a gente se debruça hoje são mais antigas do que a gente imagina", reforçou.

A explicação estaria na comunicação como um todo, seja do ponto de vista do posicionamento institucional ou da abordagem da mídia tradicional, pois, ao que sustentou a pesquisadora, a dinâmica comunicacional responde ao contexto histórico de um tempo. 

"Qual a lógica de comunicação usada pelo TSE durante as eleições de 2022? Trabalhar com checadores, tentar ver a posição das big techs, ir para as redes sociais. Ou seja, essa comunicação está, de novo, olhando para os constrangimentos e oportunidades do contexto político", definiu.

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