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De Collor ao Mensalão: Pesquisadora aponta quatro momentos da história que deram visibilidade ao STF

Para Grazi Albuquerque, dinâmica vista atualmente se relaciona com a comunicação e com o posicionamento da Justiça no decorrer das últimas décadas.

Escrito por
Grazi Albuquerque
Foto: Reprodução / YouTube

Entrevistada na live do PontoPoder na quinta-feira (7), a jornalista e cientista política Grazielle Albuquerque apontou que a visibilidade midiática do Supremo Tribunal Federal (STF) é explicada por quatro momentos em que as decisões da Corte assumiram protagonismo no campo político desde a redemocratização do País. 

Segundo ela, que é autora do livro "Da lei aos desejos: o agendamento estratégico do STF" - cuja temática é a escalada popular do tribunal - o processo de impedimento do ex-presidente Fernando Collor, em 1992, seria o ponto de inflexão que inaugura a fase visível da instância mais alta do Judiciário brasileiro, enquanto a atuação no julgamento do Mensalão, nos anos 2010, seria o marcador mais recente dela. 

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"O ponto de inflexão zero é o impeachment do Collor, que é a primeira vez que o Supremo aparece ali como um tribunal, ainda de maneira tímida. É óbvio que o protagonismo era do Collor - mas todo mundo vai lembrar que no impeachment da Dilma se tinha a figura do Lewandowski, e no do Collor o Sydney Sanches era o ministro que compunha o rito. Aí você tem a figura desse tribunal que começa a aparecer mais, salientou. 

Antes da virada da década, no fim dos anos 1990, aponta a estudiosa, outro evento lança luz novamente sobre os magistrados, a CPI do Judiciário: "Ela não se concretiza, mas há toda uma discussão sobre o superfaturamento no TRT de São Paulo, ali tem uma série de questões envolvendo o Poder Judiciário, como a Operação Anaconda... havia um clima de que 'o Judiciário precisa prestar contas' e ele começa a aparecer, inclusive do ponto de vista da cobertura".

Apesar de não ter sido concretizada, o advento da comissão antecede um movimento provocado pelo próprio sistema judicial brasileiro. "A CPI vai ser uma espécie de antessala da Reforma do Judiciário, que é um processo bem antigo, durou 12 anos, mas a tramitação foi, de maneira mais acelerada, em 2003 e 2004. Aí você tem, de fato, uma discussão na imprensa, eu acho que é um momento de uma discussão muito consciente sobre o Poder Judiciário", comentou a entrevistada.

Como esclareceu Grazielle Albuquerque, a cobertura da imprensa no período da Reforma do Judiciário foi amplo, trazendo em detalhes questões técnicas e antes tratadas internamente para um público geral.

"Aí vem o Mensalão, que tem um julgamento que toma dois anos do Supremo Tribunal Federal: 2012 inteiro de julgamento do mérito e 2013 dos embargos infringentes", opinou, argumentando que a dinâmica vista atualmente tem uma explicação clara, baseada na comunicação e no posicionamento das Justiça no decorrer das últimas décadas.

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