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Empresa que faz 'boné CPX' usado por Lula cria turno de madrugada e quase triplica funcionários

Pedidos de novas peças cresceram desde que o petista usou acessório em público

Escrito por Redação ,
Legenda: Nas redes sociais, usuários relatam dificuldade em conseguir falar com loja devido à grande procura
Foto: Jr. Bordados/Reprodução

Desde que o candidato à presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) apareceu usando um boné com a sigla CPX, em uma visita ao Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, na última quarta-feira (12), a empresa de bordados que confeccionou a peça precisou ampliar o trabalho para dar conta dos pedidos.

Foram recebidas mais de 500 solicitações do acessório em 24 horas, segundo contou Vitória Gonçalves, uma das sócias da gráfica Junior Bordados, ao portal g1. Em esquema de emergência, foi adotado um turno durante a madrugada, e o número de funcionários subiu de três para oito.

A sigla CPX significa ‘Complexo’ e é utilizada para se referir aos conjuntos de favelas do Rio. O termo consta nas redes sociais da Polícia Militar e na Lei de Diretrizes Orçamentárias do Governo do Rio de Janeiro do ano que vem.

Entre as localidades, estão: Complexo do Alemão (CPX Alemão); Complexo da Penha (CPX Penha); Complexo da Maré (CPX Maré); Complexo do Chapadão (CPX Chapadão) e Complexo do Salgueiro (CPX Salgueiro).

cpx lula em ato no Rio
Legenda: Petista usou o acessório enquanto cumpria agenda política na cidade
Foto: CARL DE SOUZA/AFP

Porém, depois que o petista apareceu publicamente com o boné, a sigla foi usada em fake news como uma suposta associação com o tráfico de drogas.  

Apoiadores do presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), propagaram que CPX significaria "cupinxa", termo usado como tratamento entre criminosos - ainda que a palavra correta seja escrita cm ch.

Nesse sábado (15), o próprio Bolsonaro voltou a se referir ao termo durante campanha em Teresina. “[Lula] não olhou para o seu povo, não olhou para os mais pobres. [...] Olhou apenas para os seus amigos, os seus cupinchas, os seus CPX e nada fez pela nossa pátria", disse.

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Pedidos em alta

Segundo Vitória Gonçalves, mesmo com as máquinas bordadeiras operando 24 horas por dia, a quantidade de pedidos é tão alta que ela precisa pedir calma aos clientes.

A empresa envia os produtos para todo o Brasil, mas a urgência fez com que alguns clientes utilizassem até carros de aplicativo para fazer a retirada.

Para a empresária, a nova demanda veio para reerguer a gráfica depois da diminuição enfrentada ao longo da pandemia da Covid. “Foi uma coisa para nos levantar, que a gente estava precisando”, contou ao g1.