Criação de CPIs agrada vereadores e impede investida da oposição contra Sarto

Ano eleitoral, com disputa acirrada, é jogo de xadrez entre aliados e opositores do prefeito

Legenda: O presidente da Câmara, Gardel Rolim (ao centro), comunicou a instalação das comissões no plenário da Câmara
Foto: André Lima/CMFor

Instaladas pelo presidente Gardel Rolim na sessão de terça-feira (30) da Câmara Municipal de Fortaleza, as três CPIs contra Enel, Cagece e aplicativos de transporte lotam a pauta de investigações do Legislativo Municipal em 2024, um ano marcado pelas disputas eleitorais. 

O movimento de criação das comissões mira duas estratégias, especificamente. A primeira é levar para a Câmara Municipal debates que mobilizem a população e possam aproximar os vereadores das comunidades.  

Nada foi tão criticado nos últimos meses como a prestação de serviços de energia pela Enel, por exemplo. Em um ano eleitoral, os parlamentares buscam toda forma possível de se aproximar dos eleitores.  

Outro alvo é evitar a instalação de uma outra CPI, pedida pela oposição, para analisar a venda de terrenos públicos pela Prefeitura de Fortaleza na gestão do prefeito José Sarto (PDT). O pedido, apresentado pelo vereador Leo Couto (PSB), contou com apoio da oposição a Sarto com assinaturas de vereadores de partidos como Psol, PT e PL.

CPIs sempre são instrumentos políticos de pressão, que podem gerar desgaste ao Executivo, principalmente se tratando de um ano eleitoral.

O Regimento Interno da Câmara prevê que apenas três CPIs podem funcionar ao mesmo tempo e a prioridade é para as que foram pedidas há mais tempo.  

As três comissões instaladas foram solicitadas pelo vereador Márcio Martins (União) em março deste ano. A CPI da oposição foi protocolada apenas neste mês de abril, por isso não será criada até o fim da atual legislatura. 

Ano eleitoral, com promessa de disputa acirrada, é jogo de xadrez. E a base aliada do prefeito Sarto moveu uma peça no enfrentamento com a oposição. Outros embates virão.