O movimento de criação das comissões mira duas estratégias, especificamente. A primeira é levar para a Câmara Municipal debates que mobilizem a população e possam aproximar os vereadores das comunidades.
Nada foi tão criticado nos últimos meses como a prestação de serviços de energia pela Enel, por exemplo. Em um ano eleitoral, os parlamentares buscam toda forma possível de se aproximar dos eleitores.
Outro alvo é evitar a instalação de uma outra CPI, pedida pela oposição, para analisar a venda de terrenos públicos pela Prefeitura de Fortaleza na gestão do prefeito José Sarto (PDT). O pedido, apresentado pelo vereador Leo Couto (PSB), contou com apoio da oposição a Sarto com assinaturas de vereadores de partidos como Psol, PT e PL.
CPIs sempre são instrumentos políticos de pressão, que podem gerar desgaste ao Executivo, principalmente se tratando de um ano eleitoral.
O Regimento Interno da Câmara prevê que apenas três CPIs podem funcionar ao mesmo tempo e a prioridade é para as que foram pedidas há mais tempo.
As três comissões instaladas foram solicitadas pelo vereador Márcio Martins (União) em março deste ano. A CPI da oposição foi protocolada apenas neste mês de abril, por isso não será criada até o fim da atual legislatura.
Ano eleitoral, com promessa de disputa acirrada, é jogo de xadrez. E a base aliada do prefeito Sarto moveu uma peça no enfrentamento com a oposição. Outros embates virão.
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