Carla Zambelli assume encontros com hacker e que possibilitou reunião com Bolsonaro
Zambelli é suspeita de contratar Delgatti para fraudar as urnas eletrônicas
A deputada federal Carla Zambelli (PL) admitiu, nesta quarta-feira (2), que teve encontros com o hacker Walter Delgatti Neto.. Zambelli diz ter sido responsável por colocá-lo em contato com o ex-presidente Jair Bolsonaro e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto. As informações são do jornal Metrópoles.
"O que tenho de relação com o Walter é que o conheci saindo de um hotel. Ele vivia trocando de telefone, eu queria falar ao vivo. Nos vimos três vezes e conversamos sobre tecnologia. Uma vez, o ajudei a vir a Brasília, ele disse que teria provas e serviços a oferecer ao PL e o levei a Valdemar da Costa Neto. Fizemos uma reunião”, confessou a deputada.
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"Ele (Delgatti) se ofereceu para participar de uma espécie de auditoria no primeiro e segundo turno das eleições. Ele encontrou Bolsonaro, que perguntou se as urnas eram confiáveis. Nunca mais houve contato entre eles”, completou.
Segundo as investigações, Zambelli é suspeita de contratar Delgatti para fraudar as urnas eletrônicas e tentar inserir no sistema do CNJ um mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Em depoimento, Delgatti revelou que Bolsonaro questionou a ele se, munido de código-fonte, conseguiria invadir urnas eletrônicas, durante o período das eleições de 2022. Delgatti acrescentou que o assunto "não foi adiante, pois o acesso dado pelo TSE [Tribunal Superior Eleitoral] foi apenas na sede do tribunal”. Ele disse ter encontrado o ex-chefe do Executivo no Palácio do Alvorada.
Investigações
Ao todo, os investigadores cumprem cinco ordens de busca e apreensão - duas em São Paulo e três no Distrito Federal. Destas, quatro são em endereços ligados à Carla Zambelli.
Zambelli e Delgatti são os principais alvos da Operação 3FA, que investiga a suposta invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e inserção de documentos e alvarás de soltura falsos no Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP).
Segundo a PF, a ofensiva investiga delitos que ocorreram entre 4 e 6 de janeiro, quando teriam sido inseridos no sistema do CNJ 11 alvarás de soltura de presos por motivos diversos e um mandado de prisão falso contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.