Legislativo Judiciário Executivo

Barroso é hostilizado e precisa ser escoltado em restaurante de Santa Catarina

Ministro do STF interrompeu jantar com amigos após sofrer ataques verbais em restaurante. Mais tarde, ao chegar à casa onde estava hospedado, encontrou outra manifestação

Escrito por Diário do Nordeste e Estadão Conteúdo ,
Barroso
Legenda: Barroso é obrigado a deixar restaurante em SC após ameaças
Foto: Reprodução Redes Sociais

Alvo de ameaças de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) em Santa Catarina, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, precisou interromper um jantar com amigos, na quinta-feira (3), em um restaurante de Porto Belo, no litoral do estado. O ministro foi alvo de ataques verbais de pessoas que participavam de bloqueios de estradas e rodovias

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"O desrespeito às instituições e às pessoas, assim como as ameaças de violência, não fazem bem a nenhuma causa e atrasam o país, que precisa de ordem e paz para progredir", diz a nota de seu gabinete, divulgada pelo STF.

"A democracia comporta manifestações pacíficas de inconformismo, mas impõe a todos os cidadãos o respeito ao resultado das urnas", prossegue.

Segundo a nota, Barroso se retirou do restaurante assim que começaram os xingamentos, mas foi seguido até a casa em que se hospedava pelo grupo de bolsonaristas. Conforme os seguranças do ministro, os manifestantes passaram a convocar outras pessoas para se juntarem ao movimento "fazendo ruído perturbador para toda a vizinhança e paralisando a circulação nas ruas adjacentes".

Ainda segundo as informações do STF, a manifestação ameaçou "fugir ao controle e tornar-se violenta". Para evitar incomodar os vizinhos, Barroso preferiu se retirar do local. Segundo o STF, Barroso sequer chegou a encontrar os manifestantes e não houve registros de ataques ou danos ao patrimônio.

Alvo constante

Barroso é um dos principais alvos de grupos bolsonaristas por ter confrontado os arroubos de Bolsonaro no período em que presidiu o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), entre 2020 e início deste ano.

Ele foi o responsável pela criação da Comissão de Transparência do TSE, que conta com a presença de militares e se tornou um dos principais argumentos de Bolsonaro para tentar interferir nas eleições deste ano. O ministro já chegou a ser xingado e chamado de "criminoso" pelo presidente.

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